Por JOSE RENATO SATIRO SANTIAGO
Já faz 100 anos.
O começo do futebol no Espirito Santo seguiu a mesma origem ocorrida em todo o Brasil.
Era um esporte praticado por membros mais abastados da sociedade.
Inicialmente com equipes ligadas a instituições tradicionais de ensino.
Alijados deste meio, em 1913, dois balconistas de uma casa de ferragens ansiavam por uma oportunidade.
A única chance seria criar sua própria equipe.
Costumavam se reunir com outros amigos, todos na faixa dos 14 e 16 anos.
Pois em 21 de junho, o encontro resultou na criação de uma nova equipe, o Juventude e Vigor.
Foi a forma encontrada para ressaltar o fato de eles serem jovens e vigorosos.
Após um ano, passaram a não se achar tão jovens assim rs…
Sendo assim, resolveram mudar o nome da equipe.
A sugestão aceita foi homenagear o Chanceler José Maria da Silva Paranhos Júnior, o Barão de Rio Branco.
Eis que surgia o nome Rio Branco, o mais representativo de toda história do futebol capixaba.
Com o passar dos anos, mais uma mudança.
As cores verde e amarela costumavam desbotar das camisas dos jogadores.
A solução foi fácil.
Devido ao fato da maioria dos meninos que tinha fundado a equipe ter jogado no extinto alvinegro Sul América, o preto e o branco foram adotados.
Com elas, surge o maior patrimônio da equipe, a torcida capa preta, a maior de todo o estado.
Em campo, o Rio Branco é maior campeão do estado com 36 conquistas.
É a única equipe a ser hexacampeã estadual, entre os anos de 1934 e 1939.
Mas seus feitos são muito maiores que os limites de seu estado.
É uma das poucas equipes brasileiras a disputar edições de todas as competições nacionais em todas as suas divisões: Campeonatos Brasileiros das Séries A, B, C e D, Taça Brasil e Copa do Brasil.
Em 1986, em sua melhor campanha no Brasileiro da Primeira Divisão, quando ficou entre as 20 melhores equipes brasileiras, chegou a colocar quase 40.000 pessoas na vitória por 1 a 0 frente o Vasco da Gama.
Infelizmente, o Rio Branco atual está longe de seus tempos mais gloriosos.
Em pleno ano de seu centenário, amargou um novo rebaixamento no estadual capixaba.
Uma pena.
Mas que pode ser um novo início.
Tomara que seja.