Ninho do Urubu, fascismo e Vitor Pereira

O vexame do Flamengo na derrota diante do Fluminense por quatro a um numa final de Carioquinha em que poderia perder até por dois a zero e teria a possibilidade de vencer as penalidades nunca será esquecido.
As razões são óbvias e remetem à ganância e incapacidade administrativa de seus dirigentes.
Contratações, de jogadores e treinador, foram avaliadas primeiramente sob a ótica comercial, não esportiva.
Uma nulidade como Vitor Pereira, sob controle de Kia Joorabchian, parceiro de Marcos Braz, foi contratado e prestigiado, apesar de desempenho pífio.
O treinador português nunca foi relevante na profissão e tem no currículo até rebaixamento à terceira divisão do Campeonato Alemão; somente se deu bem no Brasil, com salários beirando inacreditáveis R$ 2 milhões, porque aceita ser peão de um jogo de bastidores pra lá de indecente.
A gestão de Rodolfo Landim no Flamengo, que ainda está relativamente longe de terminar, será lembrada para a história.
De cara, participou do assassinato de dez garotos no Ninho do Urubu.
Relatos dão conta, e estão sob investigações, de que o clube além de ter tentando ocultar a culpa, pechinchou indenizações aos familiares, com indícios, em alguns casos, assemelhados à chantagem.
A má-gestão, por determinado período, se escondeu sob o sucesso esportivo, ocorrido mais pela sorte do que pelo planejamento.
Jorge Jesus chegou ao Flamengo pelas mesmas mãos que trouxeram VP, e, pior, com os mesmos objetivos.
O time encaixou e tudo que era errado se ocultou.
Ainda assim, apesar do mérito, o clube, com elenco, à época, muito superior aos demais da América Latina, conquistou a Libertadores na bacia das almas e não conseguiu vencer o mundial.
Jesus foi retirado por Kia para outra vitrine do ‘grupo’, a do Benfica, evidenciando a incapacidade de Landim e Braz tocarem o futebol como deveriam.
Negócios particulares eram priorizados sobre a necessidade esportiva da agremiação e os prejuízos financeiros foram se avolumando.
Somente com a demissão de treinadores os bolsos destes e de seus associados – cartolas inclusive – quase vazaram de tanto dinheiro.
Para demissão de VP, o Flamengo, entre a multa e demais indenizações gastará quantia próxima de R$ 20 milhões, que se juntará aos quase R$ 8 milhões de Paulo Sousa, aos R$ 11,4 milhões de Domènec Torrent e aos R$ 3,3 milhões de Rogério Ceni.
Nada nesse caos foi por acaso.
Em meio a este emaranhado de espertezas, e incompetências, o Flamengo foi utilizado por seus cartolas a serviço do fascismo, mancha que, mais do que a derrota de ontem, servirá aos livros de história, com enorme prejuízo de imagem ao rubronegro.
