(trecho da Coluna de TOSTÃO, na FOLHA)
Em 1971, joguei pelo Cruzeiro, contra o Strongest, em La Paz. Na véspera, não conseguia dormir, por causa de uma intensa dor de cabeça, que nunca tinha tido. Andava pelo corredor do hotel, e a dor sumia.
O gerente me deu um chá de coca, a dor desapareceu, e dormi bem. Se houvesse exame antidoping, seria flagrado, como aconteceu com Zetti, na seleção brasileira. A CBF provou que ele tinha tomado uma xícara de chá, e o goleiro foi absolvido.
O massagista Nocaute Jack, muito forte e conhecido pelas lutas de que participava na televisão, quis mostrar aos jogadores que a grande altitude era uma questão psicológica. Ele colocou um enorme saco de material esportivo nas costas, como fazia sempre, subiu as escadas e, quando chegou ao segundo andar, desmaiou.
Durante a partida do Cruzeiro, alguns jogadores saíram do gramado para receber oxigênio. Decidimos trocar muitos passes curtos e ficar com a bola. Ganhamos por 2 a 1.
