“Isso me machucou muito… na verdade acabou com minha carreira. Não quero mais mexer nisso. Te agradeço, mas no momento não quero falar nada”
(Fernando Castoldi, questionado se queria pedir desculpas à Sandra Pfaffli)
Segundo relatos da Justiça Suíça, expostos pelo jornal Der Bund, dos quatro jogadores do Grêmio acusados de, em 1987, estuprar Sandra Pfaffli, à época com apenas 13 anos, somente Fernando Luís Castoldi, o ‘Fernando Gaúcho’, não teria, efetivamente, encostado na garota.
Cuca, Eduardo (Chico) e Henrique, segundo os autos, consumaram o estupro.
“Ontem, o Tribunal Criminal de Berna considerou os três jogadores de futebol brasileiro Alexi (Cuca), Eduardo e Henrique, do Grêmio de Porto Alegre, culpados de atentado ao pudor com uma criança e coação”
“O tribunal condenou o quarto jogador Fernando apenas por coação”
“Com base nos arquivos disponíveis e nos depoimentos de testemunhas, o Tribunal Distrital considerou os quatro acusados culpados de coação. Por outro lado, não se pode presumir fornicação com criança, nem cúmplice, no caso de Fernando, que se encontrava apenas no quarto do hotel e que presumivelmente não violou a vítima”
Fernando foi condenado a 03 meses de prisão, enquanto os demais pegaram 15 meses.
Na entrevista coletiva de apresentação no Corinthians, ao ser questionado sobre sua participação no crime cometido em Berna, Cuca comportou-se como psicopata.
Dentre as mentiras contadas, o treinador se colocou na cena do estupro no lugar em que, segundo o processo, seria de Fernando.
Não contava, porém, com a existência de versão digital do Der Bund, que revelou:
“O relatório forense mostrou vestígios de esperma de dois jogadores, Alexi (Cuca) e Eduardo, no corpo da menina”
Ontem, Walter Falceta, no ‘Meu Timão’, expos troca de mensagens com a Corte Suíça, que apontou como verdadeiros os detalhes publicados no jornal.
Em 2022, o Blog do Paulinho encontrou Sandra, que preferiu não conceder entrevista.
Hoje chegamos à Fernando Castoldi, que segue morando no Rio Grande do Sul; questionado sobre o episódio, ele respondeu:
“Boa tarde, tu me desculpa, mas não quero falar sobre esse assunto”
Perguntamos, então, se ele não queria aproveitar a oportunidade para pedir desculpas à vítima.
Eis a resposta:
“Isso me machucou muito… na verdade acabou com minha carreira”
“Não quero mais mexer nisso”
“Te agradeço, mas no momento não quero falar nada”
Uma pena.
Ainda que verdadeira, a dor da omissão diante da barbárie não é maior do que a de quem, ainda menina, foi estuprada por três marmanjos.
