“Meu projeto pessoal precisa ampliar fronteiras e, enquanto for vinculada ao jornalismo, estarei impossibilitada de fazer isso”
(CARLA VILHENA, em Nota Oficial, justificando seu pedido de demissão da Rede Globo)
A então jornalista Carla Vilhena, 34 anos de Rede Globo, no auge da profissão como uma das apresentadoras do Jornal Nacional, decidiu largar a emissora – algo impensável, uma década atrás – para ganhar mais dinheiro com projeto de blog pessoal, em que poderá se remunerar com a prática do “merchan”.
Sua Nota Oficial deveria ser motivo de debate – para alguns professores, zelosos com a profissão, certamente será – em todas as faculdades de jornalismo do Brasil.
Diz trecho do documento:
“(…) enquanto for vinculada ao jornalismo, estarei impossibilitada de fazer isso (publicidade)”
É lícito que jornalistas optem por projetos que julguem melhores para a vida pessoal, desde que, exatamente como ocorre agora com Vilhena, abandonem, com clareza, a profissão.
O que não deve ser feito é misturar as coisas.
Ao embrulhar publicidade na notícia, o jornalista acaba por enganar seu público, que terá dificuldade em diferenciar o que se trata de verdade ou anuncio pago para induzi-lo a consumo de produtos e serviços.
