Em recente entrevista, o ex-jogador Rafael Sóbis, como se fosse grande gesto de nobreza, contou a seguinte proeza:

“No jogo contra o Cruzeiro (2016), em que se o Cruzeiro ganhasse o Inter caia, muita gente do Inter me ligou”

“Olha o jogo, eu não entrei na área”

“Teve uma jogada de escanteio e a gente estava pressionando muito”

“A gente sente o jogo e sabíamos que estávamos perto de fazer um gol. Então eu bati um escanteio no céu, a bola viajou muito. Eu bati o escanteio e não bato daquela maneira”

“A bola foi na mão do Danilo Fernandes. Só que, quando eu bati, foi do lado do nosso banco”

“O Mano Menezes me xingou um monte, pois acho que ele percebeu e eu pedia para ele se acalmar”

Quase uma exaltação à falta de caráter.

Por óbvio, foi criticado por grande parte da imprensa.

Ontem, Sóbis escolheu duas vítimas para tentar minimizar o impacto de suas declarações:

“Não admito o Casagrande falar que eu fui injusto, que eu fui errado. Vamos se respeitar, né? Olha pro teu teto de vidro”

“Pro Milton Leite também, que zoa jogador, que fala mal de pessoas e vaza no microfone”

Não há reparos a serem efetuados tanto no comportamento de Casagrande quanto no de Milton Leite.

Ambos exerceram o direito à crítica.

Porém, tratar a luta contra dependência química como se fosse ‘teto de vidro’ e o vazamento de um comentário pessoal, fora do contexto jornalístico, como comparáveis ao ato deliberado de ‘entregar’ um jogo de futebol, diz muito – ainda mais – sobre o caráter de Rafael Sóbis.

Facebook Comments