Ontem, o Botafogo confirmou a venda de 90% de seu futebol para um ricaço americano, que pagará R$ 400 milhões pelo investimento.
Apenas a título de comparação, 18% do Crystal Palace custaram ao mesmo empresário a bagatela de R$ 664,7 milhões.
Somente o desespero, ou talvez gordo comissionamento – provavelmente, em alguns bolsos, nunca declarado -, podem justificar a depreciação absoluta de um clube que já teve Garrincha, Didi e muitos outros vestindo a camisa alvinegra diante de um clube inglês inexpressivo até em seu pais de origem.
O Botafogo, que, de fato, só comportou-se como grande até meados dos anos 70 – excetuando-se o abortivo título brasileiro dos anos 90 -, apequenou-se (ou foi apequenado) mais uma vez.
As duas negociações citadas exemplificam, ainda mais, o péssimo negócio feito pelo Cruzeiro com Ronaldo ‘Fenômeno’, fechado por valores e percentuais semelhantes ao do Glorioso.
Diferentemente dos cariocas, os mineiros possuem conquistas recentes, participações em torneios relevantes e história tão rica quanto.
Não poderia valer tão pouco.
Trata-se de mais um reflexo do notório assalto de uma quadrilha de intermediários do futebol que resultou na queda do clube para a segunda divisão que, a preço de banana, se vê jogado às portas de futuro incerto.