Ontem, em espetáculo deprimente, Vitor Belfort nocauteou, covardemente, um Evander Holyfield idoso, gordo e com apenas uma semana de treino, chamado às pressas para preencher o ‘cardápio’ dos organizadores do evento, após Oscar de La Hoya, o ‘desafiante’ original, ser diagnosticado com COVID-19.

Treinando há meses, o brasileiro é quatorze anos mais novo do que o adversário, que completará 59 em outubro.

Esse tipo de show, por óbvio, não deveria ser tratado como disputa esportiva, mas no contexto da exibição, quase homenagem aos que, no auge, foram gigantes em seus períodos de glória.

Ainda assim, uma temeridade.

Exaltar um nocaute no primeiro round, diante da evidente disparidade, como fez boa parte da imprensa brasileira na cobertura do evento, trata-se de corroborar com o equívoco e até de estimular barbaridades semelhantes.

No máximo, deveria haver, por respeito, algumas trocas de golpes que demonstrassem as técnicas de ambos, sem a necessidade, como Belfort fez, de, após derrubar o americano, partir para massacrá-lo.

O que há para se comemorar numa vitória como essa?

Apenas o dinheiro.

Se o mercado, os lutadores e demais envolvidos nessa nova modalidade de ‘caça-níqueis’, a custa de vender veteranos como se fossem os campeões de outrora, não estão preocupados com as consequências, cabe a quem analisa os fatos expor a verdade ao público, com coerência e responsabilidade.

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