Após quase três meses de espera, no limite do permitido em bula, eu e milhares de paulistanos saímos cedo de nossas casas para tomar a segunda dose da vacina Astrazeneca.

Demos com os burros n’água.

Não há doses do imunizante nos postos de saúde e nem previsão de abastecimento.

Rodei por oito deles, em regiões distintas.

Sete disseram estar há dois dias sem reposição; um, desde ontem.

Neste momento, estamos todos à mercê do COVID-19 que, em parceria com o Governo, responsável pelo atraso no fornecimento, batalha por nossa morte.

Tentarei novamente à tarde.

Seja qual for o resultado da busca, ainda que surjam doses ao final do dia, não será reparador do estado de desamparo em que vivemos.

Eu pude me deslocar pela cidade e tive tempo, a prejuízo do meu trabalho, de correr atrás da sobrevivência; quantos conseguirão, presos a sub-empregos tradicionais e tendo apenas o transporte público ao dispor, retornar, ainda hoje, aos postos de saúde?

Quem se responsabilizará por infectados nesse interim de desabastecimento?

Uma vergonha!

Somos todos, vacinados ou não, vítimas de um governante genocida, canalha e bem filho da puta.

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