Nos últimos dias, a conquista do título olímpico parece ter mexido com a cabeça de Daniel Alves, apesar das dezenas de taças, algumas bem mais relevantes, que amparam sua exitosa carreira.
Primeiro deu nítida estocada na diretoria do São Paulo, responsável pelo descumprimento de acordo contratual que retirou-lhe do bolso dezenas de milhões de reais.
Óbvio que a razão lhe assiste, mas a cobrança pública somente lhe atrapalha.
Melhor seria, silenciosamente, romper o vínculo e ingressar na Justiça contra os devedores.
Noutro assunto, porém, o lateral escorregou feio, ao tentar defender a adesão dos atletas ao ardil armado pela CBF em defesa dos interesses da Nike, em sobreposição ao acordo, que fazia parte do regulamento olímpico, em que todos os atletas subiram ao pódio com agasalhos oficiais de seus comitês olímpicos.
“Eu como capitão dessa equipe respeito todas as opiniões de atletas de outros esportes, porém tem coisas que nós também não aceitamos dentro do esporte.
Não queremos ser diferente de ninguém, mas não aceitamos algumas imposições.
Favor quando forem exigir alguma coisa pro seus esportes, respeitar o nosso…. ate mesmo porque presamos (sic) para que haja uma igualdade dentro das modalidades ou pelo menos um equilíbrio.
Não se faz reivindicações criticando outros esportes, devemos criar uma base sólida nas nossas teses para defender as nossas solicitações.”
O texto é revelador do não entendimento, apesar da esperada maturidade, do que realmente significa disputar os Jogos Olímpicos.
Ao escrever ‘não aceitamos algumas imposições’, Alves tenta dizer que os atletas estariam sendo pressionados pelo COB, mas, além de esconder a óbvia adesão aos ‘pedidos’ da CBF, faz entender que esperavam receber dinheiro para vestirem os uniformes.
Tristemente, outros jogadores da Seleção, Matheus Cunha, Reinier, Bruno Guimarães e Paulinho, parabenizaram o manifestação de seu ‘capitão’, demonstrando o resultado da má-influência no comportamento de jovens atletas com personalidades ainda em formação.