No final de maio, sem maiores explicações, o empresário Paulo Garcia, dono da Kalunga e conselheiro do Corinthians, gestor da concessão do canal 32, quinta maior cobertura em tv aberta do Brasil (são 46 frequências nas principais cidades do país), atrás apenas de Globo, SBT, Record e BAND, à frente de Rede TV, Cultura e Gazeta, por exemplo, rompeu contrato com a ‘Loading’, grupo que, há seis meses, fazia sucesso, de audiência e comercial, em seu nicho de atuação.

Tratava-se, até então, de dispensar uma parceria exitosa após anos de irrelevância pós-MTV, quando a emissora foi empesteada pelo charlatanismo criminoso do pilantra Waldemiro Santiago.

Demorou, mas a explicação surgiu.

Noticiamos, na última semana, que Garcia cedeu a frequência à Jovem Pan TV, após negociação com a CNN, sem a necessidade de investimentos, tornando-se sócio dos resultados comerciais.

Não se tratou, porém, de uma transação comum.

Antes da dispensa da ‘Loading’, o Ministro das Comunicações, Fábio Faria, genro de Silvio Santos, reuniu-se com Garcia e propôs, por ordem do Presidente do Brasil, o acordo – quase uma imposição – garantindo-lhe em troca, segundo soubemos, facilitação para resolução dos graves problemas fiscais e financeiros que acometem a Kalunga.

Para o Governo Bolsonaro, ter a Jovem Pan fazendo-lhe campanha, além das fronteiras do rádio e da internet, numa emissora aberta possível de ser acessada em qualquer canto do país é absolutamente necessário para propagar as tantas ‘fake-news’ que serão fabricadas no período eleitoral.

Garcia, então, com o comportamento natural que cerca os defensores do bolsonarismo ou de quem vende boi magro como se fosse premiado, abriu mão do que havia prometido aos donos da ‘Loading’ e ajoelhou diante dos responsáveis pelo genocídio em curso no Brasil.

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