Ontem, pouco após a o triunfo contra o Paraguai, em partida válida pelas Eliminatórias da Copa do Mundo, os jogadores da Seleção Brasileira, enfim, posicionaram-se à respeito da Copa América.

Não surpreenderam.

Publicaram uma nota covarde, evasiva e sem empatia diante das quase 500 mil mortes de brasileiros, vítimas da política genocida do Governo no simulado combate ao Covid-19.

Vamos comentá-la.


“Quando nasce um brasileiro nasce um torcedor. E para os mais de 200 milhões de torcedores escrevemos essa carta para expor nossa opinião quanto à realização da Copa América”

Nota do blog: a carta se lembra dos torcedores ainda vivos, ignorando, solenemente, as centenas de milhares que se foram. Quando morre um brasileiro, deveriam saber, morre também um torcedor

“Somos um grupo coeso, porém com ideias distintas. Por diversas razões, sejam elas humanitárias ou de cunho profissional, estamos insatisfeitos com a condução da Copa América pela Conmebol, fosse ela sediada tardiamente no Chile ou mesmo no Brasil”

“Todos os fatos recentes nos levam a acreditar em um processo inadequado em sua realização”

Nota do blog: nas entrelinhas, é possível notar que o ‘grupo coeso, porém com ideias distintas’ lista como razões para insatisfação com a condução da Copa América questões humanitárias, para alguns, e comerciais, para outros. Não é difícil imaginar os que pensam mais em negócios do que nas vidas humanas. Na mesma frase, os atletas, covardemente, citam apenas a Conmebol, justamente a ‘coadjuvante/beneficiada’ nessa história de trazer a Copa América para o Brasil, ‘esquecendo-se’ de falar da CBF e do Governo, os protagonistas.

“É importante frisar que em nenhum momento quisemos tornar essa discussão política. Somos conscientes da importância da nossa posição, acompanhamos o que é veiculado pela mídia e estamos presentes nas redes sociais. Nos manifestamos, também, para evitar que mais notícias falsas envolvendo nossos nomes circulem à revelia dos fatos verdadeiros”

Nota do blog: pelo sugerido na Nota, as falas de Tite e Casemiro, em meio aos dias em que a Seleção Brasileira fez suspense de seu posicionamento, se não político, como ‘explicado’, passa a ser suspeito, inclusive de prática de ‘pressão’, para não dizer ‘chantagem’, pela troca do presidente da CBF, utilizando-se para tal, ainda que neguem, da esperança de apoio da população brasileira diante do traumático momento que vivemos.

“Por fim, lembramos que somos trabalhadores, profissionais do futebol. Temos uma missão a cumprir com a história camisa verde amarela pentacampeã do mundo. Somos contra a organização da Copa América, mas nunca diremos não à seleção brasileira.”

Nota do blog: ao ler esse trecho da Nota, uma frase surgiu em minha cabeça. ‘Somos todos contra o nazismo, mas nunca diremos não à Alemanha’. Muita gente, após o final da 2ª Guerra, se desculpou do apoio ao horror, se não com esses argumentos, em sentido semelhante.

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