Charge – Angelo Rigon

Ontem, o Blog do Paulinho questionou o silêncio dos líderes da Seleção Brasileira diante do descalabro da realização da Cova América em meio à pandemia de COVID-19 no Brasil.

Citamos, nominalmente, o presidente Rogério Caboclo, o treinador Tite e o atleta Neymar.

Horas depois, surgiu a informação, através da imprensa gaúcha, de que um movimento de repulsa ao evento, iniciado pelos demais jogadores – principalmente os que atuam na Europa, decidiu não disputar o torneio.

Caboclo já foi comunicado e, por razões óbvias, se opôs.

Tite, aparentemente, alinhou-se aos atletas, mas será interessante, nas próximas horas, observar até que ponto conseguirá suportar a pressão da cartolagem e, obviamente, também do Governo genocida.

O comportamento de Neymar é a grande incógnita.

Claramente negacionista e alinhado ao pensamento bolsonarista, o jogador do PSG, em estando ‘solidário’ ao grupo, pode estar fazendo-o por esperteza.

Ao não disputar o torneio, sem a necessidade de manifestar-se individualmente, como fizeram outros jogadores sulamericanos, Neymar, sob o manto do coletivo, deixa de contrariar Bolsonaro e acaba por ficar bem com todos os lados.

De ‘bonus’, consegue ainda irritar a desafeta Nike.

É diferente a situação dos demais, sejam eles jogadores ou comissão técnica, todos passíveis de represálias da Casa Bandida.

Por isso, elogiáveis.

Neymar, independentemente do resultado do motim, seja pelo óbvio poder de bastidores que o cerca e também pela escassez de talentos no futebol brasileiro que possam, esportivamente, ameaçá-lo, estará no Catar ao final de 2022.

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