No último dia 27, o Blog do Paulinho revelou detalhes de contratos de patrocinadores do Corinthians que foram, por decisão judicial, obrigados a depositar 10% do que pagariam ao Timão ao empresário Fernando Garcia, através da B2F, uma de suas empresas satélites.

A dívida, que era de R$ 490 mil, por conta de correção monetária, está em R$ 502 mil.

Através da revelação dessas documentações, descobrimos algumas incongruências entre a realidade e o que era anunciado pela diretoria alvinegra:

  • O guaraná Poty, que, até onde se sabia, ocupava espaço na camisa do Corinthians sob promessa de pagamento de R$ 5 milhões anuais informou que 10% do devido ao Timão, neste mês, correspondem a R$ 17.231,10.

Em sendo verdade, o valor anual do contrato seria de R$ 2.067.732,00, ou seja, menos do que a metade prevista.

  • Outro que realizou depósito foi o BMG: R$ 18.735,00.

Em número anuais, o patrocínio, com esses dados, seria de apenas R$ 2.248.200,00, bem distantes dos anunciados R$ 12 milhões.

  • A TOTVS declarou nada ter a pagar ao Corinthians, apesar de ocupar lugar de destaque em sua camisa (o contrato se deu através de permuta).
  • Estrella Galícia garantiu que também nada deve ao Corinthians, assim como a Joli, que rompeu contrato com o alvinegro alegando problemas financeiros por conta da pandemia.
  • a Positivo depositou R$ 32,5 mil, que revelariam pagamento anual de apenas R$ 3,9 milhões, muito abaixo dos R$ 8 milhões, supostamente acrescidos de participações nos lucros.

Questionamos se foi o Corinthians que mentiu a torcedores e conselheiros ou os patrocinadores que o fizeram à Justiça, mas, até o presente momento, não houve respostas.

Para conferir a documentação que embasa os dados acima basta clicar no link a seguir:

Patrocinadores do Corinthians começam a quitar dívida do clube com Fernando Garcia, mas expõem números conflitantes de contratos – Blog do Paulinho

Partindo daqui, o processo seguiu adiante com as manifestações dos demais patrocinadores, entre os quais a Rede Globo.

E foi da emissora o depósito que finalizou a questão.

No dia 31 de março, a Globo depositou R$ 490.820,97, que era o valor máximo imposto pelo judiciário a cada patrocinador, dentro do limite de 10%.

Com esse dinheiro, garantia-se a quitação devida pelo Corinthians a Fernando Garcia.

Trata-se, tudo indica, de adiantamento dos recebíveis da emissora, que juntar-se-ão a outros do passado, impossibilitando que o Timão saia desse fluxo de ‘bola de neve’ que, há tempos, se meteu.

Houve tempo, também, para a manifestação do ‘Todos Empreendimento’, do cartão ‘Todos’, que depositou R$ 8,5 mil e revelou que o contrato com o Corinthians possui valor cheio de R$ 2,1 milhões, com parcelas de R$ 100 mil, mas que somente R$ 85,5 mil chegariam aos cofres do clube.

A justificativa foi pagamento de 10% de comissão a intermediários do contrato, além de desconto, na Fonte, de INSS.

Porém, o pedido de sigilo desta informação (do repasse a terceiros), não acolhido pela justiça, gera suspeitas.

O ‘Hap-Vida’ se comprometeu a depositar R$ 128,2 mil no dia 30 de abril, mas o deposito da Globo livrou-lhe da obrigação.

Por fim, a ALE Combustíveis, na última sexta-feira (07), disse nada ter a pagar ao Corinthians, fato que gera estranheza diante de recente renovação de contrato entre as partes, com a empresa figurando em área sempre nobre da camisa alvinegra.

Levando-se em consideração que, dias atrás, um Posto de Combustíveis foi inaugurado em Itaquera com símbolos do Timão, sendo tratado como ‘oficial’ do clube, fica a dúvida se não houve algum tipo de composição não anunciada.

Na última semana, o Corinthians peticionou para reaver a diferença do dinheiro utilizado para pagar Fernando Garcia, cerca de R$ 78,3 mil dos R$ 580,6 mil.

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