Por ROBERTO VIEIRA

REZA a lenda, confirmada por todos na história: a ideia original era eu me chamar Roberto Carlos.

Mamãe era, e ainda é, fã de carteirinha do Rei.

Em 1964, ela ouvia encantada as músicas e gírias daquele garoto de Cachoeiro do Itapemirim e achava ele uma brasa, mora?

Em 1964, o sucesso de RC explodia com CALHAMBEQUE e É PROIBIDO FUMAR.

O primeiro filho chegou em 1963, mas não sobreviveu. Teria o nome do meu pai.

Eu cheguei no ano seguinte. Gravidez difícil. Mamãe já passara dos 30, quadro complicado para a época.

Ela desta vez não deu moleza e escolheu o nome do filho. Filho que chegou no meio de um dilúvio, na madrugada de domingo para segunda-feira, dia que descobri faz pouco tempo, Dr. Abreu não gostava de operar.

Fui o único filho. Mamãe não pôde ter outros. E em relação a mim, ela só fez uma concessão nessa vida, aceitando o sábio conselho de meu padrinho por telefone lá do Paraná:

‘Minha amiga, ou você coloca Roberto ou Carlos!!!! Vai que esse cantor continua fazendo sucesso e a vida do seu filho complica na escola!!!’

Mamãe aceitou o conselho. Tirou o Carlos. E não tenho do que reclamar.

Eu que também cantava todas as canções do Rei na infância.

Eu que também tenho minha Lady. Que apenas não se chama Laura…

Hoje Roberto Carlos comemora 80 anos.

Roberto Carlos que é o outro Roberto no coração de minha mãe e de tantas mães e avós desse Brasil…

São muitas EMOÇÕES, bicho!!!

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