A Hypera S/A divulgou o balanço anual, referente ao exercício 2020, sem que constasse qualquer pagamento ao Arena Fundo pela aquisição dos naming-rights do estádio de Itaquera.
Ou seja, até dezembro, três meses após o anúncio (1º de setembro) e um mês depois da aprovação oficial do contrato, a empresa utilizou o serviço sem contrapartida financeira.
Inexiste, no documento, qualquer detalhe referente ao negócio.
A única menção está logo na primeira página, no item ‘Mensagem da Diretoria’:
“Em 2020, a Hypera Pharma aumentou a visibilidade de suas marcas, especialmente com a compra dos naming-rights da Neo Química Arena, por 20 anos”
Ou seja, confirma-se o período de acordo, mas não o valor definido por ele (não mencionado).
Não se fala também no patrocínio à camisa do Timão (que deveria constar em ‘fatos posteriores’).
Outros trechos do Balanço indicam problemas relevantes do ‘parceiro’ corinthiano.
No capítulo ‘Governança Corporativa’, é descrita a conclusão de uma investigação interna que obrigou o controlador da empresa, o famoso ‘Junior’, parceiro de Ronaldo Fenômeno, atualmente recolhido em prisão domiciliar, a devolver R$ 110,5 milhões, flagrados como desviados do caixa para pagamentos indevidos.
Existe também a indicação de tomada bilionária de empréstimos, em forma de emissão de debentures, no valor de R$ 2,4 bilhões, em 03 de abril de 2020, e R$ 735 milhões, coincidentemente em 01º de setembro do mesmo ano, data da apresentação da venda dos ‘naming-rights’ da Arena.
Somente nessa operação a Hypera tornou-se devedora de quase três estádios de Itaquera.
Vale lembrar que, em concordância com o balanço da empresa, o Arena Fundo, em seu Informe mais recente, de fevereiro de 2021, não aponta recebimento de qualquer valor referente à venda do nome do palco utilizado pelo Corinthians.