O ex-delegado Romeu Tuma Junior acaba de abandonar a disputa pela presidência do Conselho Deliberativo do Corinthians.

À princípio, seria o candidato tanto de situação quanto de oposição (nas palavras dele, “de conciliação”), mas, no meio do caminho, Andres Sanches escolheu Alexandre Husni como candidato, tendo André Negão como postulante a vice.

Tuma então partiu para se viabilizar na oposição.

Escolheu o desembargador Miguel Marques e Silva para compor a chapa, mas o nome foi rejeitado.

Duas reuniões de oposicionistas depois, não houve consenso.

Os grupos bancados pelo ex-diretor de finanças, Raul Corrêa da Silva, chegaram a ameaçar não participar da votação se os nomes propostos por eles não fossem acolhidos.

Ouvida peço blog, a conselheira Mirian Athiê, que participou das tratativas, disparou:

“A vaidade daqueles que a pouco tempo atrás eram situação não permitiu que o conselho do Corinthians fosse realmente autônomo e independente”

Diante dessa confusão, Tuma Junior renunciou à disputa.

Neste momento, Husni e André Negão são candidatos únicos.

Existe a possibilidade, porém, dos opositores escolherem outros nomes até o dia da votação, sem a certeza de votação em bloco, que certamente ocorrerá entre os situacionistas.


Abaixo mensagem, esclarecedora (nas entrelinhas) enviada pelo ex-delegado Romeu Tuma Junior aos conselheiros do Corinthians:

Prezados Amigos Nobres Conselheiros, boa tarde!

Quero agradecer de coração as inúmeras manifestações de vários dos senhores no sentido de que eu fosse candidato à presidência do nosso Egrégio Conselho Deliberativo. Muito me envaideceram, honraram e me encheram o coração de gratidão.

Pude ter a certeza de que quando defendemos e lutamos pela integridade, imparcialidade, justiça e harmonia, estamos protegendo nossa Instituição Corinthians, sempre respeitando e preservando as legítimas e naturais divergências democráticas, pautadas nas ideias e no diálogo respeitoso.

Assim, entendi que poderia buscar à Presidência do CD imbuído do mesmo espírito pacificador e conciliador, respeitando todas as correntes, mas evitando novas fraturas. Infelizmente algumas poucas lideranças entendem que deve haver enfrentamento.

Acredito até que possa ter os votos necessários para vencer, mas não tenho a vocação de ser desleal com os princípios éticos e morais que me conduziram até aqui.

Não sou Homem de romper compromissos nem faltar com a palavra, lamento pelos diferentes.

Se preguei a pacificação não posso ir à guerra, agravada por armas desiguais.

O Corinthians não merece isso e eu não me prestarei a ser um novo protagonista de uma disputa insana que leve o Clube e seu órgão representativo dos associados ao pugilato de recorrentes disputas que nos apequenam como Instituição.

Gostaria de acrescentar a capacidade de “conciliador” ao meu legado, mas em não sendo possível neste momento, deixo a disputa para aqueles que lamentavelmente entendem que ainda devem sangrar nas alamedas do nosso amado PSJ.

A história e o tempo nos julgarão.

É de fácil constatação que no mundo, e no Corinthians não é diferente, infelizmente, existem pessoas que só sobrevivem de enfrentamentos, de cisões e divergências. Eu não me incluo nesse grupo pois me acostumei a dialogar e a ouvir o contraditório até por força da profissão que exerci por mais de 35 anos.

Por isso não sou intransigente nem covarde. Não sou um ser humano que deixa amigos em situação constrangedora nem tampouco companheiros feridos pelo caminho. A vaidade não me corrói a alma.

Assim, não vou ser instrumento de disputas internas de quem perdeu espaço, nem de pseudo segundo turno de eleição já acabada, até porque não tenho nenhuma relação com as causas e efeitos dessas desavenças.

Ademais, problemas internos da Diretoria e/ou mágoas eleitorais não dizem respeito ao Conselho. As pessoas precisam entender que o Corinthians está acima de interesses pessoais e de que não há mais espaço para intransigências sem princípios.

Enfim, estarei sempre à disposição de todos, especialmente daqueles que professam o que é justo e o que é certo, e mais uma vez agradeço de coração o carinho e o apoio que recebi nesses últimos tempos. Isso já faz de mim, intimamente, um feliz vitorioso!

Desejo de coração a todos, uma profícua e redentora gestão em todos os órgãos do nosso amado Clube e finalizo com um apelo: não percam a capacidade de se indignar e se insurgir contra qualquer tentativa de submissão ou desmoralização de seus mandados e do nosso Egrégio Conselho Deliberativo.

Para que nosso amado Corinthians possa evoluir e resolver seus problemas, que não são poucos nem pequenos, é preciso extirparmos o vírus da deslealdade e da traição do PSJ, independentemente de quem o alimenta.

Que Deus abençoe a todos e, que todos pensem mais nos interesses do Corinthians.

“Faci quod potui, faciant meliora potents” – Fiz o que pude, façam melhor os que puderem.

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