A previsível, mas imoral, aproximação de Augusto Melo com o novo presidente do Corinthians

Duílio ‘do Bingo’ e Augusto Melo

Segundo colocado nas eleições do Corinthians, o agente de jogadores Augusto Melo não perdeu tempo e, na mesma semana, enterrou o discurso de ‘única oposição’, utilizado em campanha, iniciando tratativas de adesão à nova gestão, chefiada por Duílio ‘do Bingo’ Monteiro Alves.

Em entrevista ao Globo Esporte, Melo sequer escondeu a aproximação:

“A gente se encontrou no clube no dia seguinte à eleição e ficamos de marcar um almoço em breve”

“Se eu ver que o projeto é sério e o Duilio está disposto a fazer a limpeza que é preciso, eu posso ajudar, sim”

“Mas sem troca de cargos, porque isso eu não aceitaria. É pelo bem do Corinthians”

A necessidade sobrepôs-se à prudência, que aconselharia tempo maior de janela.

Trata-se de um acordo forjado ainda nas eleições, quando tanto Melo quanto Duílio – através de Andres Sanches – consentiram num pacto de preservação mutua.

O cartola, por razões óbvias, pretende obter ‘transito livre’ nas categorias de base do clube e, como bem sabe – negociou, recentemente, o jogador Matheus Araújo ao Sub-20 alvinegro – possuir ou não cargo formal é importante para o ego, mas irrelevante para os negócios.

Garantir o próprio sustento – o Blog do Paulinho comprovou que o ex-candidato sobrevive de transacionar no submundo da bola – e também dos conselheiros eleitos Valmir Costa e Claudinei Alves, seu sócios, é o objetivo de Augusto.

Outra razão das tratativas aceleradas de acordo está na necessidade de atender aos financiadores de campanha, entre os quais o milionário Chico Pinheiro, investidor também de alguns atletas mascateados pelos alvinegros.

Para Duílio, politicamente, a aproximação também é interessante.

Com Augusto domesticado, o presidente do Corinthians retomará o eleitorado cooptado (por bem mais do que três moedas), garantirá votos importantes no Conselho e criará novas possibilidades de negócios.