Eduardo Roizman

No dia 12 de julho, o Fluminense firmou contrato de patrocínio para a transmissão da final do Campeonato Carioca contra o Flamengo com a ‘Live Sorte’, do empresário Ricardo Ambrósio, pelo valor fixo e pago antecipadamente – recebido em espécie pelo clube – de R$ 1 milhão.

Meses depois, vazou o famoso áudio em que Ambrósio, em conversa com o então parceiro de negócios Diego, dizia que para fechar este acordo com o Flu era necessário remunerar do faxineiro até o presidente, indicando, em tese, pagamento de valores indevidos.

É estranho notar que a transação iniciou com proposta de R$ 450 mil (sem intermediário), subiu para R$ 750 mil (com a indicação de ‘parceiros’ pelo próprio clube) e, por fim, ficou em R$ 1 milhão.

Após vazamento da operação, com áudios e documentos, pelo Blog do Paulinho, não houve alternativa aos cartolas Tricolores senão a de ingressar na Justiça, até para que pudessem, se fosse o caso, mostrar aos conselheiros do clube que não haveria nada de irregular na transação.

Porém, em analise desta ação, encontramos uma estranha conversa de whatsapp travada entre Eduardo Roizman, gestor comercial do Fluminense, com Ricardo Ambrósio, da ‘Live Sorte’.

Segundo contrato anexado ao processo pelo próprio clube, o único pagamento a ser realizado pela empresa seria R$ 1 milhão, que o próprio presidente Tricolor, Mario Bittencourt, em Nota Oficial, em entrevistas e na recente reunião do Conselho Deliberativo, garantiu terem sido quitados, sem que nenhum outro valor fosse devido à agremiação.

Dois dias antes da assinatura, em 10 de julho, Roizman diz a Ambrósio que, a mando de Paulo Angioni, diretor de futebol do Fluminense, precisava conversar através de ligação telefônica.

Não há registro do teor dessa conversa.

Angioni, tempos atrás, enquanto gestor da MSI no Corinthians, parceria suspeita de lavar dinheiro da ‘Máfia Russa’, foi acusado pelo Ministério Público Federal por diversos crimes, entre os quais lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.

Kia Joorabchian e Paulo Angioni

Estranhamente, desde o dia 13 de julho, ou seja, quando o Fluminense já havia recebido a totalidade do dinheiro devido, Ricardo Ambrósio, dono a ‘Live Sorte’, volta a ser contatado por eduardo Roizman, questionando se poderia ‘ligar’ para o empresário.

Três dias depois, em 16 de julho, Roizman envia, por texto, a enigmática mensagem:

“Renato, por favor, me ajuda com o pagamento da equipe de narração… não gostaria de atrasar mais… equipe está esperando”.

Não havia, porém, nenhuma pendência prevista no acordo (o contrato é claro em demonstrar isso), muito menos com ‘narradores’, que sequer tinham o pagamento sob responsabilidade da ‘Live Sorte’, mas sim da Flu Tv.

Fonte ligada ao Fluminense, ouvida sob anonimato pelo Blog do Paulinho, garante que a mensagem seria uma maneira cifrada de pedir suposta propina ao parceiro do clube, talvez a mesma evidenciada no famoso áudio que deu origem à confusão interna no Tricolor.

No dia 17, Roizman volta a realizar a mesma cobrança, indicando que o ajuste fora tratado com “o Ronaldo”.

Dia 21, nova mensagem:

“Como vamos fazer com a questão dos locutores?”

Não se sabe, daí por diante, o desfecho da história.

Talvez o Fluminense, através de nova ‘Nota Oficial’ ou de remarcação de reunião do Conselho, possa esclarecer a seu torcedor que dinheiro estaria sendo cobrado, sem a devida previsão contratual, para responsabilidade, a princípio, que sequer seria do parceiro admoestado.

Os valores, efetivamente foram quitados?

Por quem?

Para quem?

Que documento fiscal ou contratual sustenta essa nova cobrança?

O Blog do Paulinho, que até o momento da postagem aguardou, sem sucesso, a resposta do Fluminense, segue aberto para publicá-la, assim que recebê-la da agremiação.


Clique no link a seguir para baixar cópia do contrato firmado entre Fluminense e Live Sorte, juntado pelo próprio clube no processo movido contra Renato Ambrósio

Contrato Fluminense – Live Sorte

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