2 contra o mundo: Ives Gandra Martins e a luta da elite pela manutenção de privilégios

“Não sou nem negro, nem homossexual, nem índio, nem assaltante, nem guerrilheiro, nem invasor de terras. Como faço para viver no Brasil nos dias atuais?”

“Como modesto professor, advogado, cidadão comum e além disso branco, sinto-me discriminado e cada vez com menos espaço nesta sociedade”

Hoje, tenho eu a impressão de que no Brasil o “cidadão comum e branco” é agressivamente discriminado pelas autoridades governamentais constituídas e pela legislação infraconstitucional, a favor de outros cidadãos, desde que eles sejam índios, afrodescendentes, sem terra, homossexuais ou se autodeclarem pertencentes a minorias submetidas a possíveis preconceitos.”

(Ives Gandra Martins)


Ives Gandra Martins, tratado como jurista renomado, embora seja mais conhecido pelas relações conservadoras, fornecedoras de oportunidades, do que pelo conhecimento técnico da profissão, foi eleito, na última quarta-feira (28), por aclamação, Conselheiro Consultivo do São Paulo.

Dono de discurso amparado em racismo estrutural e demais preconceitos, o advogado é membro, há anos, da ‘Opus Dei’.

Desde antes, o notório ‘homem de bem’ possuía alguma influência nas decisões do Tricolor.

Agora, com a nova função, a ingerência será acentuada.

Gandra trabalha pela eleição de Julio Casares à presidência do clube.

Enquanto torcedores do São Paulo clamam por democracia e mentes arejadas para retirar a agremiação do atraso político em que se encontra, refém que é das escolhas de meia dúzia de conselheiros, cada qual com seus interesses, muitas vezes conflitantes com os do clube, o acolhimento do afamado jurista representa décadas de atraso intelectual e comportamental que podem, de alguma maneira, interferir nas decisões do futuro gestor.

Facebook Comments