Sempre que os balanços financeiros do Corinthians são divulgados, estabelece-se, para grande parte dos torcedores, alguma confusão, ainda que todos os detalhes sejam minuciosamente comentados.

Os cartolas aproveitam-se disso e divulgam suas versões de que ‘não há o que se preocupar’, dando como fonte de ‘otimismo’ as arrecadações ao longo do período, sem, porém, contextualizá-las.

Vamos simplificar.

A soma de todo passivo (circulante e não circulante), subtraído o ativo circulante e o realizável a longo prazo é igual ao endividamento líquido total do clube.

Ou seja, R$ 765 milhões.

Em contra-partida, o Corinthians arrecadou R$ 426 milhões.

A diferença (arrecadação menos a dívida), é de R$ 339 milhões negativos.

Se fossemos dividir o prejuízo em doze meses, para quitar a pendência o Timão teria que pagar R$ 28,2 milhões, mensalmente.

R$ 426 milhões de arrecadação anual perfazem, a grosso modo, R$ 35,5 milhões ao mês.

Sobraria R$ 7,3 milhões, a cada trinta dias.

Somente a parcela do estádio aproxima-se de R$ 6 milhões.

Com nenhum dinheiro disponível, depois disso tudo, o Corinthians teria, ainda, que pagar todas as contas de 2020 (clube, futebol, parcelas de impostos atrasados e também os tributos vigentes, ações trabalhistas, etc).

Absolutamente inviável.

É por isso que qualquer promessa de resolver o problema financeiro do Corinthians, a curto e médio prazo, não pode estar baseada na realidade.

Serão necessárias décadas de administrações decentes para corrigir os últimos trezes anos de caos implementado pelo grupo ‘Renovação e Transparência’, ainda assim, sem a certeza de que o objetivo será atingido a contento.

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