Na desnivelada reunião ministerial do Governo Bolsonaro, exposta sob autorização do Ministro Celso de Melo, o presidente da CAIXA, Pedro Guiamarães, foi bem claro:

“Acho que a gente tá com um problema de narrativa. Hoje de manhã, por exemplo, o pessoal da Band queria dinheiro. O ponto é o seguinte: vai ou não vai dar dinheiro pra Bandeirantes? Ah, não vai dar dinheiro pra Bandeirantes? Passei meia hora levando porrada, mas repliquei”

Obviamente, provas precisam surgir à mesa para que se de crédito à afirmação.

Porém, paralelamente, o comportamento da BAND com relação a Bolsonaro é, no mínimo, bem suspeito.

Não à toa o apresentador José Luiz Datena, que tem se comportado, há meses, como assessor de imprensa informal de Bolsonaro – levando-o ao programa, em entrevistas marcadas pela ausência de contraponto, sempre após o estouro de algum escândalo – vestiu a carapuça e, previamente, defendeu-se, afirmando que não mais participará de conversas, no ar, com o presidente.

Já é tarde para arrependimentos.

Não só a BAND e seu âncora, mas também SBT (com Ratinho e Silvio Santos) e RECORD (do inqualificável Edir Macedo), além doutras com menor visibilidade, serão lembradas pelos livros de história como associados aos tempos em que o Brasil se viu sequestrado pelo fascismo.

Se Datena, a BAND ou outra pessoa da emissora pegaram dinheiro?

Somente investigações profundas e, talvez nem elas, poderão comprovar.

Ainda que gratuitamente ou até remunerados de maneira legal, através de formalizados contratos comerciais, as ‘mulheres de César’, mesmo em sendo, não estão, como diz o velho ditado, aparentando honestidade.


EM TEMPO: o episódio dá margem, também, à discussão sobre jornalistas que fazem merchan e a inevitável falta de credibilidade quando assuntos envolvendo o ‘pagador’ são elogiados pelo ‘beneficiado’.

Facebook Comments