Em entrevista ao canal de YouTube ‘Click Sports’, Felipe Ezabella, um dos líderes do movimento ‘Corinthians Grande’, que, no passado, nomeava-se ‘Corinthianos Obsessivos’, em tom crítico, disse que a dívida do Corinthians, sem contar as pendências do estádio, aproxima-se de R$ 1 bilhão.

Faltou contextualizar.

Todos os nomes relevantes de seu grupo contribuíram para a pendência.

O próprio Ezabella foi diretor do atual presidente, Andres Sanches, a quem defendia, ferrenhamente, em hábitos, costumes e procedimentos diretivos.

Os demais, Raul Corrêa da Silva, Fernando Alba, Sergio Alvarenga, entre outros, também, quando não participaram, fecharam os olhos para ‘peraltices’ diversas do atual grupo gestor alvinegro.

Todos sob anuência de Mario Gobbi, a quem Ezabella, na mesma entrevista, disse que poderá ser lançado como candidato único, acreditem, da oposição!!!

Justamente o delegado que nunca se manifestou contrário – a não ser após se ver traído pelo parceiro – às negociatas realizadas no departamento de futebol que liderou, ocupando o cargo de diretor de Sanches, nem teve coragem de, como presidente, impedir a farra dessa turma nos negócios ligados ao estádio de Itaquera.

Fechou os olhos, também, às peripécias de Alba, seu mais ferrenho cabo eleitoral, que, em sua gestão, assumiu as categorias de base do Corinthians na condição, apenas, de dono de estacionamentos e saiu de lá com fama de agente de jogadores.

Gobbi é um opositor que nunca se opôs.

Pelo menos enquanto teve a boca adoçada pelo sistema que agora diz combater.

Tratá-lo como alternativa de moralidade é de um cinismo atroz.

Assim como a lembrança do comportamento de seus apoiadores enquanto dirigentes da ‘Renovação e Transparência’, tão comprometedor que obrigou-os a mudar o nome do grupo político, dificilmente será abafada por discursos que não se sustentam diante de fatos amplamente documentados.

Seria o mesmo que não suspeitar dos delegados de polícia que trabalhavam no Detran no período em que uma CPI da Câmara revelou a existência de uma Máfia da Polícia Civil que teria enriquecido à custa de falcatruas diversas no departamento.

O delegado Gobbi, coincidentemente, estava lá.

Para a sorte de alguns, o relatório final, assim como ocorreu nas diversas CPIs comandadas por políticos, entres as quais as que envolveram a CBF, foi amenizado, sem que nenhum dos investigados sofressem reprimendas relevantes.

Porém, uma das consequências, pós CPI, foi o afastamento de policiais civis da administração do Detran.

Assim como ocorreu no Corinthians, sempre que confrontado sobre o assunto, Gobbi alegou inocência.

É incontroverso, porém, que o delegado, se não participou das falcatruas de Corinthians e Detran, parece sempre estar em meio a companheiros de trabalho a quem, por profissão, deveria combater.

Diante desse contexto, não se trata de uma opção segura para qualquer grupo que almeje mudanças reais no atual estado de desgoverno, apontado por seus próprios apoiadores, do clube de Parque São Jorge.

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