Quem frequenta os cinemas nas principais metrópoles brasileiras sabe que o preço de um saquinho de pipoca equipara-se ao de um jantar em restaurante de médio porte.

É abusivo, mas, ao menos, as salas evoluíram em conforto.

Trata-se de um ‘pacote completo’ de entretenimento, justificam os proprietários das redes.

Controvérsia à parte, esse sistema, de elevação de preços, foi adotado nas principais Arenas de futebol do Brasil, transformando o hábito de assistir a um jogo de futebol num passeio para famílias de classe média.

Ontem, porém, os preços praticados no Pacaembu, comparáveis aos de Itaquera e Palestra Itália, eram injustificáveis.

R$ 70 por um estacionamento, antes, gratuíto e R$ 34 por um hot-dog sem recheio decente – vendido, coincidentemente, por uma rede de cinema conhecida, trata-se de um disparate, principalmente se inseridos no contexto do que o estádio proporciona de contraponto ao consumidor.

As instalações do Pacaembu, apesar de já estar sob o comando da iniciativa privada, seguem insalubres, desconfortáveis e incompatíveis com o público a ser, pelo que se observa, atingido.

O torcedor do Palmeiras, mais humilde, que nem sempre vai à Arena, mas encontrou na oportunidade de ver o time jogar no ex-estádio municipal uma alternativa para ver o clube de coração, saiu de lá, apesar de feliz com o resultado (vitória contra o Oeste), sedento e esfomeado, tendo que se contentar, depois, com as, de fato, mais atrativas barraquinhas de ambulantes no entorno da praça Charles Miller.

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