Em reunião do Conselho Deliberativo do Corinthians, datada de 30 de setembro de 2019, após a CAIXA ingressar com ação de execução contra o clube por conta de calote nos pagamentos das parcelas do empréstimo que ajudou a financiar o estádio de Itaquera, o presidente Andres Sanches, ao ser questionado sobre a dívida total referente à obra, citou números diferentes dos que havia fornecido à imprensa.

Para a mídia, o discurso era de que a Odebrecht estava quitada, por conta do repasse de CIDs e havia apenas a pendência com o banco, que já estaria renegociada.

No Conselho, Sanches declarou:

“O que nós devemos hoje é R$ 1,493 bilhão”

“Devemos R$ 463 milhões para a CAIXA e R$ 1,030 bilhão para a Construtora e OPI”

“R$ 450 milhões foram quitados com a Odebrecht perante os R$ 150 milhões de CIDs”

“Falta ainda a OPI, que são R$ 600 milhões e pouco, que está em recuperação judicial, que vamos ver o resíduo que vai se tornar”

“Então a dívida hoje é de R$ 1,493 bilhão, menos R$ 420 milhões, então é R$ 1 bilhão e alguma coisa”

A pendência com a OPI (Odebrecht Participações e Investimentos) é referente a empréstimos tomados em forma de debentures.

Pelo relato do próprio presidente alvinegro fica claro que, excetuando-se os valores atenuados pelos CIDs, com dinheiro subsidiado pela Prefeitura de São Paulo, com recursos do próprio clube, quase nada foi abatido do montante principal.

Na mesma reunião, o diretor de finanças Matias Ávila, que tem as cordas puxadas por Luis Paulo Rosenberg – único interlocutor do clube que a Odebrecht aceita receber – mentiu, afirmando que o Corinthians nunca deixou de repassar os valores dos ingressos ao Arena Fundo, para pagamento do estádio.

Os balanços, tanto do Timão quanto do Fundo revelam, há tempos, contante presença dessa dívida, que, atualmente, aproxima-se da casa dos R$ 50 milhões.

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