Ricardo Guimarães (dono do BMG) e Kia Joorabchian

Sempre bem informado, o leitor do Blog do Paulinho não se surpreendeu ao ver revelado que coube ao BMG – o banco do mensalão – as honras de financiar R$ 22 milhões por 50% do jogador Luan, ex-Grêmio, que possui contusão crônica na sola do pé e não consegue se conter diante de uma boa balada (fartas em São Paulo).

No negócio, entrou também um perdão do clube à divida gremista pela aquisição de Juninho Capixaba, avaliada em R$ 6 milhões.

Ou seja, o custo total será de R$ 28 milhões.

O Corinthians prometeu pagar, também, luvas a Luan, que, incorporadas ao salário de R$ 650 mil, pelo inusual contrato de quatro anos, devem fazer os aportes mensais superarem R$ 1 milhão.

Em conta simples: 13 (com décimo terceiro) vezes 4 é igual a R$ 52 milhões.

R$ 28 milhões mais R$ 52 milhões perfazem impressionantes R$ 80 milhões, por um atleta que é reserva no Grêmio, há algum tempo.

Trata-se, em verdade, de uma ação, comercial e financeira, orquestrada pela dupla Kia Joorabchian e Ricardo Guimarães (dono do BMG), sócios de longa data no mercado da bola.

O iraniano é responsável pelo giro dos produtos e o banqueiro, do dinheiro.

À partir de 2020, essa relação, entre Kia, BMG e Corinthians, que existe, veladamente, tornar-se-á explícita, nos moldes do que se observa, nos dias atuais, entre Palmeiras e Crefisa.

Banco e agente conduzirão o mercado da bola do Timão sob pretexto de ‘empréstimos’, que, ao não serem honrados, terceirizarão todos os ativos do departamento de futebol aos intermediários.

Evidentemente, o lucro dos cartolas permissores será incluído nas perdas financeiras do Timão.

Em 2004, Kia Joorabchian tentou, em moldes semelhantes, introduzir uma empresa, a MSI – que existia apenas no papel, acusada de trabalhar o dinheiro da máfia russa, no cotidiano do Corinthians, com resultados catastróficos, desde a necessidade de seus dirigentes deixarem, às pressas, o país, acusados de crimes diversos, até o rebaixamento esportivo da agremiação.

Agora, 15 anos depois, mais encorpado no mercado, o iraniano praticamente assume a gestão de futebol do Timão, clube que possui dívida estratosférica, mas, ainda assim, conseguiu crédito para ampliá-la ainda mais, sem recursos e possibilidades, até por conta das despesas do estádio, de quitá-la, transformando o suposto ‘pagamento’ em novos negócios, altamente lucrativos a seus novos ‘velhos’ dominadores.


EM TEMPO: o suposto empréstimo foi tomado em valor superior ao previsto pelo Estatuto do Corinthians para negócios sem autorização do Conselho Deliberativo. O órgão não foi consultado.

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