Após anos cedendo metade da arrecadação dos ingressos de suas partidas (uma fortuna!) à empresa OMNI – que teria o ex-deputado Andres Sanches como sócio oculto – o Corinthians arrematou o favorecimento ao aceitar pagar, pelo rompimento contratual, a suntuosa quantia de R$ 14 milhões.

A informação é do blog do Perrone.

Ou seja, a OMNI, mesmo sem trabalhar, segue se dando bem no Parque São Jorge.

Se causou estranheza, à época, o distrato – por conta da ligação da empresa com o presidente alvinegro – agora, com os dados à mesa, tudo começa a fazer mais sentido.

Para que possamos ter noção do absurdo que é a indenização a ser paga pelo Corinthians, selecionamos alguns exemplos:

  • o ex-goleiro e agora treinador Rogério Ceni, bem mais famoso do que a OMNI, que trouxe imenso retorno de imagem, dinheiro e esportivo ao Fortaleza, tinha em seu contrato a multa de apenas R$ 1 milhão pelo rompimento;
  • o valor de mercado do goleiro Cássio, segundo o site Transfermarkt, especializado no assunto, é de R$ 15,4 milhões;
  • a folha salarial do departamento de futebol do Corinthians é de R$ 7,4 milhões, ou seja, o valor a ser pago à OMNI quitaria dois meses de salários de todos os atletas alvinegros;
  • os R$ 14 milhões da OMNI seriam suficientes para pagar um mês de salários de nove clubes da série A do Brasileirão (somados): CSA, Avaí, Ceará, Fortaleza, Chapecoense, Goiás, Fluminense, Botafogo e Athlético;
  • Palmeiras e São Paulo gastavam, somados, até março de 2019, R$ 12,8 milhões mensais de salários, menos do que a indenização a ser paga pelo Timão.
  • O dinheiro a ser recebido pela OMNI corresponde a dois meses de vencimentos de todos os 20 clubes da Série B;
  • nos últimos dois anos, o Corinthians fechou seu balanço com deficit de R$ 38 milhões (2017) e R$ 17 milhões (2018);
  • Pelas conquistas do Paulistinha, Copa do Brasil e Sul-Americana, o Timão recebeu, em premiação, R$ 19 milhões, apenas R$ 5 milhões a mais do que a OMNI;
  • o custo anual dos esportes amadores do Corinthians é de R$ 7 milhões, ou seja, a indenização bancaria dois anos;
  • O CT da Base, quase finalizado, custou, até o momento, valores próximos de R$ 12 milhões, menos do que será pago à OMNI

Poderíamos listar ainda outras dezenas de itens, mas acreditamos que o exposto seja suficiente para entendimento do leitor.

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