Raul Corrêa da Silva e Luis Paulo Rosenberg – março de 2019

A FOLHA de hoje revela que a Odebrecht, em resposta a uma comissão de conselheiros do Corinthians, afirmou que a dívida do clube com a construtora atinge R$ 800 milhões, sem contar o financiamento com o BNDES, avaliado em R$ 400 milhões mais a incidência de juros e correções.

Em sendo verdade, muita coisa precisa ser explicada.

O Arena Fundo, criado para gerir as contas do estádio de Itaquera, revela em relatórios recentes que a pendência principal com a Odebrecht inexiste, quitada através da venda de CIDs da Prefeitura (mais de R$ 300 milhões dos acima de R$ 500 milhões fornecidos) e do repasse das arrecadações do time de futebol alvinegro.

Provavelmente, na conta da construtora, estão inseridos debentures e empréstimos pontes, que foram indicados em ação de recuperação judicial com o Governo, avaliados em R$ 650 milhões, porém, com boa parte destes ligados aos R$ 400 milhões intermediados pela CAIXA junto ao BNDES.

Ou seja, em tese, a Odebrecht estaria mentindo na contas.

Mas será que está ?

Somente uma auditoria nas contas do Arena Fundo, que é quem tem recebido os repasses de dinheiro do Timão para pagar o estádio poderá esclarecer a questão.

Se o dinheiro não foi parar na conta da Odebrecht, conforme o próprio fundo tem informado, no bolso de quem seria encontrado ?

Esclarecer a verdade é interesse primordial do Corinthians, que precisa saber o que, de fato, precisa pagar sobre a obra do estádio, mas também dos dirigentes, que tem por obrigação esclarecer as contas alvinegras.

A não ser que alguns deles tenha participado de operações que, se explicadas, compliquem, de alguma maneira, suas vidas pessoais.

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