Por NAPOLEÃO BONASANT DUMONT

A história se repete, agora como tragédia, como em breve o futuro comprovará.

Governo e o senhor mercado – diante do esperado inevitável – já deixam vazar opiniões no sentido de que a Reforma da Previdência não resolverá os problemas do país. Que é só um primeiro passo !

Mas haverá algo ainda mais destruidor no futuro dos trabalhadores e dos servidores públicos ?

A Reforma da Previdência já é quase a imposição da pena de prisão perpétua! Avaliem bem !

O neo-liberalismo (financeiro, internacional) deseja, mesmo, é a morte do trabalhador explorado ao máximo. E precisa morrer logo, para não demandar serviços assistenciais.

Faltavam, ontem, uns poucos votos para aprovar, na Câmara dos Deputados, a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que levará trabalhadores, servidores públicos e famílias ao desespero, à escravidão. Ninguém conseguirá mais se aposentar !

Como o Governo conseguiu os votos que faltavam ?

A história desse infeliz país mostra como.

Para aprovar a emenda constitucional que extinguia o regime parlamentarista e restaurava o regime presidencialista de plenos poderes para o Presidente João Goulart, faltavam alguns votos na Câmara dos Deputados.

Todos os esforços de ‘convencimento’ foram feitos pelo Governo ‘et caterva’.

Mandaram aviões oficiais e fretados para os mais distantes pontos do país, arrebanhando as cabeças necessárias.

Mas faltava um voto e não havia ninguém mais a ser laçado.

O que fazer ?

Não tiveram dúvida, moral, ética e pudor.

O deputado Rubens Bronzeado achava-se hospitalizado, com gravíssimo problema pulmonar.

Pois “morra o dito cujo”, mas venha votar!

Que importa a morte dos outros para prevalecer a “minha” vontade ?

Assim o deputado entrou deitado no plenário da Câmara, enfiado em um pulmão artificial, com rodinhas, empurrado por médicos e enfermeiros (provavelmente recebendo soro com medicamentos) e deu o voto decisivo !

Mas ficou conhecido na história como o deputado que entrou Bronzeado e saiu ‘dourado’.

Aqueles que, para votar a previdência, escaparam do juízo da própria consciência, não escaparão do juízo da História, dos contemporâneos e posteriores, nas próximas eleições e da providência.

 

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