Por MARLUCI MARTINS*

Alguém precisa salvar Neymar das companhias sem princípios, sem moral, sem vergonha, sem classe. Dos oportunistas, dos moleques, dos rastaqueras.

Alguém precisa salvar Neymar porque a vergonha, já faz tempo, é internacional. Os mais antigos diziam: “Quanto maior o coqueiro, maior é o tombo”. E não falo aqui dos tombos acrobáticos de Neymar em campo, porque desisti deles. O que quero colocar de pé agora é seu caráter, golpeado pelo soco em um torcedor, dribles na receita, picuinhas e, enfim, nocauteado no último sábado (01) pela pornografia explícita em sua rede social, um canal com 118 milhões de seguidores. Entre os quais, crianças que sonham ser como ele. Não permitam. Tirem seus filhos do Insta.

Alguém precisa salvar as crianças. A CBF, minha esperança, assiste passivamente ao declínio moral do ídolo, um tremendo talento. Custava puxar a orelha, advertir, suspender? Neymar é maior que a camisa do Brasil? Neymar manda mais que Tite? Por que o patrocinador não estupra seu bolso, cortando a mesada? Neymar tem mais honra que a marca por ele anunciada? Se for isso, há algo errado com a marca, com a seleção e com Tite.

Alguém precisa salvar Neymar do assédio feminino. Porque, tadinho, o menino mimadinho da Vila é indefeso, ingênuo, tolinho demais para se defender das moças que lhe acenam com peitos e bunda em mensagens trocadas no celular.

Alguém precisa salvar Neymar dos seus consultores digitais. Porque, na busca desesperada por se vingar de quem o acusa de estupro, o pobre matuto reverberou na rede a intimidade sexual que os de bom caráter preservam. Na atitude desqualificada, o espelho cruel e estúpido de seus defeitos: prepotência, despreparo e burrice.

Alguém precisa salvar Neymar.


*Marluci Martins é jornalista

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