Lucas Sanchez em apartamento de Andres Sanches, em Miami

Acossado por investigações criminais diversas, que acusam-no, entre outras coisas, de receber propina da Odebrecht para facilitar sobre-preço do estádio de Itaquera, o presidente do Corinthians, Andres Sanches, tem se virado como pode para ocultar patrimônio.

Nos últimos doze anos, o cartola tem apenas uma fonte comprovável de recursos: os salários recebidos enquanto deputado federal (por quatro anos).

Do Corinthians, oficialmente, nada ganhou.

Neste período, Andres Sanches saiu de uma moradia de aluguel na Zona Oeste de São Paulo para a propriedade de milionário patrimônio, entre imóveis, veículos e incursões comerciais.

Boa parte deste montante (inclusive imóvel no exterior) teria sido registrada em nome de seu filho, Lucas Gomes Navarro Sanchez, logo após o garoto completar a maioridade.

Outros bens permanecem ocultados, das mais criativas maneiras possíveis.

Andres Sanches comprou, em 23 de dezembro de 2013 (pouco antes da inauguração do estádio de Itaquera), a cobertura de nº 81, Bloco I, localizada na Rua João Baldinato nº 109, com 210 m², piscina e demais regalias.

O contrato foi assinado por Lucas Sanchez (com valor de R$ 520,9 mil especificado – preço de seis anos atrás, pago à vista, no dia 31/12/2013).

Mas o imóvel, desde então, segue em nome da construtora “Maxcasa Ix Empreendimentos Imobiliários Ltda”, com objetivo, tudo indica, de dificultar o rastreamento das autoridades.

Bem informados, os donos da empresa, receosos de serem tratados como cúmplices de eventuais deslizes, passaram, há alguns meses, a exigir que o apartamento fosse registrado em nome do comprador, que tem se esquivado em fazê-lo.

Sem acordo, o caso foi parar na Justiça e o que era segredo tornou-se público, com grande possibilidade de gerar grandes problemas ao presidente do Corinthians.

No dia 28 de setembro de 2018, a ação, exigindo que Lucas Sanchez assuma a propriedade do imóvel, foi distribuída à 2ª Vara Cível do Butantã, recebendo a numeração: 1006618-39.2018.8.26.0704.

Em 02 de outubro, a juíza Mônica Lima Pereira resumiu assim o pedido da construtora:

“Trata-se de ação de obrigação de fazer na qual pretende a autora a tutela de evidência a fim de que a ré seja compelida a proceder a transferência da titularidade do imóvel descrito da inicial para seu nome, bem como atualize o cadastro perante a Prefeitura de São de Paulo”

A liminar foi negada, mas a audiência de conciliação marcada, para o dia 19 de novembro, às 14h (posteriormente alterada, para o dia 08, do mesmo mês).

Lucas Sanchez foi citado, em 18 de outubro, mas não compareceu à audiência e sequer constituiu advogado.

Desde então, novas tentativas de citação aconteceram, todas infrutíferas.

A Justiça, então, desde a última quarta-feira (29), encerrou a instrução e tornou a ação conclusa para sentença, ocasião em que o filho do presidente alvinegro será julgado à revelia.


Abaixo detalhes sobre a cobertura de Andres Sanches, avaliada em R$ 2 milhões, com o contrato assinado em nome de Lucas Sanchez, mas ainda, à revelia, em nome da construtora:

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