Quando o Corinthians assinou contrato para a construção do estádio de Itaquera, existia a previsão de que somente após trinta anos – seguidos todos os protocolos naturais de manutenção durantes este período – haveria a necessidade da realização de grande reforma.

A expectativa é a mesma para o estádio do Palmeiras.

Foi após tempo semelhante, para citar um exemplo, que o São Paulo, nos anos 90, obrigou-se realizar reparações estruturais no Morumbi (colocação de amortecedores, etc), levantado, nos anos 60, sob tecnologia inferior.

Nesse contexto, é bem preocupante a atual situação de descaso com a Arena do Corinthians, revelada em recentes reportagens, mas facilmente verificável pelos frequentadores do local.

Os acabamentos, em grande número, estão, literalmente, caindo aos pedaços.

A parte estrutural somente foi remendada após denúncia de que o estádio poderia desabar por conta de frequentes infiltrações de água.

Em conversa com o blog, engenheiro que participou das obras da Arena, sob anonimato, garantiu que para resolver “apenas os problemas aparentes”, o Corinthians terá que desembolsar, com urgência, valores próximos a R$ 100 milhões.

Falou também:

“Um absurdo (gastar tanto) levando-se em consideração que a obra é recente… os conselheiros do Corinthians deveriam solicitar uma investigação aguda sobre o material utilizado no estádio… luxuoso por fora, mas de péssima qualidade no geral”

A garantia de manutenção do estádio (cinco anos), a cargo da Odebrecht, vencerá no próximo mês, e, vale lembrar, a construtora, comprovadamente, deixou de realizar ou, em determinados pontos, o fez de maneira equivocada, R$ 300 milhões em obras previstas no contrato com o Corinthians.

Não se tem notícias, apesar disso, do clube reclamando seus direitos na justiça, nem de que tenha solicitado reparos grandiosos.

Talvez a suspeita de que os atuais cartolas do Corinthians tenham praticado atos ilícitos em conluio com a Odebrecht (informações da Polícia Federal) possa explicar o constrangimento da relação entre as partes.

O Corinthians, apesar de toda essa confusão, ou talvez por conta dela, acelerou a quitação da pendência com a construtora, empurrando com a barriga as demais cobranças, entre as quais R$ 300 milhões (valor bruto, sem juros) em empréstimos e debentures, além do financiamento de R$ 400 milhões do BNDES, intermediado pela CAIXA.

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