Repercutiu, durante todo o dia de ontem, a iniciativa do marketing do Flamengo, através de parceiro terceirizado, de eliminar da comunicação rubro-negra termos que liguem a agremiação ao mundo real de seus torcedores mais simples (a grande maioria).

A palavra “favela”, em exemplo, foi defenestrada.

Pressionado, o clube, em nota oficial, disse não ter proibido, mas deixou claro que anuiu com o procedimento, tratado como estratégico.

Esse é o pensamento da turma “X”, representada pelo presidente Rodolfo Landim, ex-sócio de Eike Batista.

O pobre, para os “X-Men” (evidentemente não os heróis da Marvel), nunca foi prioridade.

Ao tentar desfavelar o Flamengo, Landim trata a história do clube com ignorância e a arrogância de quem, como fazia seu patrão, colocava veículo de luxo para ostentar na sala de estar.

O produto mais conhecido e relevante do Flamengo, bem acima das conquistas, é a paixão extremada do torcedor mais humilde, boa parte destes, favelados, que largam tudo para apoiar o clube durante uma partida de futebol.

Ao não enxergar o óbvio, marqueteiros e cartolas rubro-negros passaram a agir como os que vendiam os falecidos sonhos “X”: escondiam a realidade e empurravam o inexistente.

Deu no que deu.

A diferença é que o tempo passará, esses dirigentes serão esquecidos e o Flamengo, por conta de sua enormidade, a despeito deste momento higienista, em sua essência, permanecerá.

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