Da maneira prevista, o Conselho Deliberativo do Corinthians aprovou as contas da gestão Andres Sanches, deixando de lado, como de hábito, avaliação técnica do balanço em troca do beija-mão político que prejudica o clube, mas garante benesses pessoais aos que rastejam.

Apenas as chapas de conselheiros oposicionistas votaram contra, acrescidos de um ou outro membro vitalício do órgão.

Quem não quis se comprometer, faltou, amparado nas mais diversas desculpas.

As contas de 2018, aprovadas ontem, vieram “premiadas”.

R$ 39,4 milhões foram discriminados como ‘custo com venda e aquisição de jogadores”, que, em verdade, significa pagamento de comissões a empresários, quase sempre ao “trio de ouro”: Fernando Garcia, Carlos Leite e Giuliano Bertolucci/Kia Joorabchian.

Muitos mais, porém, foram gastos nesses negócios, escamoteados sob o manto de aquisição de direitos econômicos e empréstimos particulares.

O déficit geral ficou em R$ 18,7 milhões e só não foi maior por conta de algumas vendas de jogadores ao exterior e da ocultação de pendência fiscal avaliada em R$ 171,9 milhões, à parte dos mais de R$ 400 milhões parcelados no PROFUT.

A operação da Arena de Itaquera, então, apresentou prejuízo de R$ 21 milhões, sem que os conselheiros pudessem avaliar os motivos, pela falta de prestação de contas, além de nova ocultação: calote de valor semelhante (na casa dos R$ 20 milhões) em venda de ingressos que deveriam, por contrato, serem destinados ao Arena Fundo, gestor do estádio.

Desde 2007, início do reinado Andres Sanches no Timão, a dívida do clube só fez aumentar, os calotes em impostos e déficits financeiros, também.

Em contrapartida, todos os dirigentes que circularam pelo poder alvinegro, mesmo sem receber remunerações, evoluíram em patrimônio, num surto de competência pessoal que não “contaminou” o procedimento coletivo, ou seja, a administração do Corinthians.

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