Andres Sanches e Raul Corrêa da Silva – janeiro de 2019

O Conselho Deliberativo do Corinthians aprovará, logo mais à noite, as contas do exercício 2018 da gestão Andres Sanches.

A certeza se dá pelo fato de, há anos, as reuniões servirem de confirmação de encabrestamento, com raras exceções entre os que procuram, de fato, analisar os balanços.

Não à toa o clube se viu envolto em diversas controvérsias recentes à respeito do assunto, algumas com indiciamentos criminais de cartolas, outras com acusações internas de “maquiagens” nas contas, que poderiam ter sido evitadas com um mínimo de avaliação critica e dedicação ao Corinthians, não a grupos que dele se apoderaram há mais de uma década.

Nesse contexto, durante o final de semana, o grupo “Corinthians Grande”, ex-Corinthianos Obsessivos, publicou manifesto pedindo a reprovação das contas alvinegras do exercício anterior, alegando para tal duas premissas principais:

  • a falta de prestação de contas do estádio de Itaquera;
  • empréstimos milionários tomados dos agentes de jogadores Carlos Leite e Giuliano Bertolucci

As justas reclamações, há tempos, são apontadas por este Blog do Paulinho e por meia dúzia, se tanto, de associados e conselheiros com alguma coragem para se contrapor às barbeiragens contábeis, diversas, que levaram o clube, que tinha R$ 60 milhões no caixa, em 2007, a dever R$ 1 bilhão em 2019, sem contar as pendências da Arena.

Entre estes, porém, jamais estiveram os membros do “Corinthians Grande”.

Pelo contrário.

Desde 2014, todas as contas do Timão foram demonstradas sem os dados do estádio, e, antes disso, com diversas apresentações de permutas (dinheiro por percentuais de jogadores) entre o clube e os agentes de atletas.

Em boa parte deste período, o diretor de finanças era Raul Corrêa da Silva, financiador do “Corinthians Grande”, alicerçado por pareceres jurídicos do Dr. Sérgio Alvarenga, com a participação ativa de Fernando Alba nas libertinagens dos intermediários, quase sempre ocorridas no “seu” departamento de base.

Por quais razões o que não incomodava esse grupo, no passado, passou a interessar-lhes, no presente ?

A impressão é de que, diante da necessidade política de, no futuro, viabilizar candidato que se venda, mesmo sem sê-lo, como oposicionista (já que o grupo de Andres Sanches possui postulantes situacionistas pré-definidos), faz-se o jogo do “sou contra” sem que se incomode antigos, e, talvez, futuros aliados, sabedores de que não existem votos suficientes para reverter a aprovação das contas, somente agora, reclamadas.

Aliás, bem faria Raul Corrêa da Silva, se realmente tivesse desejo de colaborar com o clube, levar à reunião dados sobre contas do estádio que, talvez, somente ele possa ter acesso, já que sua BDO/RCS, mais uma vez, beneficiou-se como auditora da BRL Trust, justamente a gestora do estádio de Itaquera.

Por fim, ao elencar os agentes que emprestaram dinheiro ao Corinthians, o “Corinthians Grande” omitiu o nome de Fernando Garcia, talvez para agradar o xará, Fernando Alba, com quem mantém lucrativa operação comercial de atletas, mesmo após alguns anos fora da base alvinegra.

Raul Corrêa da Silva e Luis Paulo Rosenberg – março de 2019
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