Da metade para o final dos anos 2000, o diretor executivo do Fluminense, Paulo Angioni, foi acusado, ao lado doutros réus, entre os quais o iraniano Kia Joorabchian, de integrar um esquema que teria como objetivo lavar dinheiro da Máfia Russa no futebol brasileiro, através da má-afamada parceria da MSI com o Corinthians.

O tempo passou e as relações pessoais, ao que parece, permaneceram.

Para agradar a Kia, em 2018, Eduardo Barroca, sócio de Angioni, passou a dirigir o Sub-20 do Timão, celeiro de interesses diversos do empresário.

Enquanto isso, o ex-gerente da MSI assumiu cargo de diretor no Fluminense.

Não demorou para o objetivo principal aparecer.

Há um mês, o presidente do Fluminense, Pedro Abad, esteve na Inglaterra e se encontrou, pessoalmente, com Kia Joorabchian, agenda esta intermediada por Paulo Angioni.

O iraniano ofereceu R$ 215 milhões (50 milhões de Euros) para, supostamente, quitar as dívidas do clube.

Para tal, seria efetivado um contrato de empréstimo com um Fundo de Investidores, supostamente europeus, a juros menores do que os praticados no Brasil, porém com uma garantia perigosa: todos os direitos econômicos de jogadores tricolores.

Ou seja, levando-se em consideração o histórico de pagamentos de empréstimos do clube no últimos anos – ou décadas, equivalente a nenhum, seria o mesmo que vender o departamento de futebol ao agente iraniano.

Qualquer semelhança com o caso MSI-Corinthians, inclusive nos nomes envolvidos e na obscuridade da operação (não se sabe, ao certo, a origem real do dinheiro), por razões óbvias, não se trata de mera coincidência.

À época, os conselheiros do Corinthians aprovaram a aventura, que resultou em ampliação da dívida, páginas policiais, rebaixamento à segunda divisão e intensa briga judicial.

Qual será o comportamento, em efetivada a proposta, do Conselho Deliberativo do Fluminense?

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