Na última quarta-feira (06), o Corinthians quitou comissionamento de R$ 200 mil à Talentsports, empresa ligada à prática do narcotráfico, sobre venda “gratuita” do jogador Luciano, hoje atleta do Fluminense.
Vamos aos fatos.
Em 2014, o traficante Ângelo Canuto, vulgo “Fusca” ou “Padrinho, e seu sócio Wesley de Moura Lima, que apresentava-se no mundo do futebol como “Marcos Mineiro”, levaram o atacante Luciano, do Avaí (quintal da dupla) para o Corinthians.
Segundo balanço alvinegro, o clube pagou R$ 1,2 milhão por 60% dos direitos.
Já haviam negociado antes, em acerto com Carlos Leite e Mano Menezes, o goleiro Renan.
Meses depois, ambos foram presos pela Polícia Federal: Padrinho por tráfico internacional e Wesley/Marcos, um dos dez brasileiros mais procurados pela Interpol, por crimes diversos, entre os quais, estelionato e falsidade ideológica.
Por conta deste “limbo” forçado de representação, o agenciamento de Luciano foi assumido pelo empresário Fernando Garcia, que, estranhamente, em agosto de 2016, convenceu o Timão a emprestar o atleta, sem custo, para o Leganés, da Espanha, porém com valor de venda supostamente pré-definido em 4 milhões de Euros.
Descobriu-se, nesta transação, que o Corinthians, de 60% havia ficado com apenas 25% dos direitos do atleta, que receberia somente em transação futura.
35% foram repassados ao agente, sabe-se lá a que critério.
Um ano depois, em 2017, o Leganés devolveu Luciano ao Timão, que, novamente por ingerência de Fernando Garcia, emprestou-o, mais uma vez “sem custo”, ao Panathinaikos, da Grécia.
Em dezembro de 2017, seis meses após, a equipe grega devolveu o jogador ao Timão, para, menos de 30 dias depois, receber os direitos definitivos do atleta, em transação formalizada, oficialmente, como “gratuíta”.
Ou seja, o Corinthians recebeu 25% de Zero, que é igual a absolutamente nada.
Apesar disso, em 22 de janeiro de 2018, uma empresa de jogadores, denominada TalentSports Desportes e Participações Ltda, sediada em Santa Catarina (terra do Avaí) ingressou com ação de cobrança contra o Corinthians para receber comissão de R$ 190,4 mil pelo primeiro empréstimo, supostamente gratuito, de Luciano à Europa, para o espanhol Leganés.
O dono, verdadeiro, da agência ?
Wesley/Marcos, sócio do traficante “Padrinho”, que agora ligou-se também a Giuliano Bertolucci, dono da Lorenzetti, tratado pelo MPF como preposto de Kia Joorabchian, ambos, segundo o mercado da bola, associados ao deputado federal Andres Sanches (PT), atual presidente do Corinthians, que também faz negócios com Fernando Garcia.
Difícil, neste rolo, saber quem é o “laranja” e quais são os verdadeiros proprietários.
A única identificação fácil é a da “barriga de aluguel”, que pagou R$ 1, 2 milhão para ter Luciano (sem contar os salários, próximos de R$ 200 mil/mês durante três anos de contrato), cedeu sua parte a Fernando Garcia e, no final, ficou sem um tostão sequer de retorno, sendo processado, ainda, para pagar o que não recebeu.