Homem forte da gestão Andres Sanches no Corinthians, responsável, em exemplo, por boa parte do “negócio” estádio de Itaquera, que é investigado pela Operação Lava-Jato por pagamento de propina com objetivo de superfaturamento, Luis Paulo Rosenberg tem histórico de confusões e parceiros pouco confiáveis, décadas antes tornar-se cartola no Timão.

No final dos anos 80, na condição de assessor da Presidência, instruiu José Sarney a colocar em prática o “Plano Cruzado”, que atolou o Brasil sob a lama de 80% de juros mensais.

Beneficiou-se desse caos ao, concomitantemente, associar-se aos mal-afamados Ibrahin Eris e Delfim Neto (ambos investigados por corrupção), em empresa que sobrevivia da especulação.

Em sequência, no início dos anos 90, Rosenberg passou a assessorar, informalmente, o Governo Collor, apesar deste ser inimigo político, à época, de seu antigo patrão.

Numa dessas “ajudas”, o atual cartola alvinegro foi decisivo para a efetivação de uma manobra econômica que viria a se tornar ainda mais desesperadora do que a inflação sufocante do país: o confisco da poupança.

A maior parte da população brasileira, de um dia para outro, sem prévio aviso, viu surrupiada de suas contas todas as economias de uma vida, movimento este que gerou, inclusive, altíssima onda de suicídios.

Nos bastidores da formatação do “Plano Collor”, a então Ministra da Economia, Zélia Cardoso de Mello, insegura, reuniu-se com Rosenberg, em janeiro de 1990, para discutir idéias a serem implementadas no que viria a ser o novo plano econômico.

Em momento algum havia pensado no “confisco”.

Rosenberg, então, aconselhou:

“No geral, não está mal. Mas o problema mesmo é a liquidez. Em caso de incerteza, pode haver uma fuga para o consumo ai…”

Um dia antes da implementação do “Plano Collor” e do consequente desfalque nas contas dos brasileiros, Zélia Cardoso marcou nova reunião com Rosenberg, participando-lhe, antecipadamente, o que viria a ocorrer no dia seguinte (fornecendo-lhe informação privilegiada), deixando claro, ainda, que a ideia do confisco partiu dos conselhos do economista:

“Lembra-se da nossa última reunião, quando você falou do excesso de liquidez ?”

O restante da história é conhecido e profundamente lamentado.

Este bastidor, dos encontros entre Zélia e Rosenberg, foi noticiado pela FOLHA, na importante coluna “Painel”, no dia 07 de fevereiro de 1991:

Depois disso, Rosenberg participou, na iniciativa privada, de diversas ‘tramas” nebulosas, sendo as mais conhecidas delas a “fraude do Banco Panamericano”, em que foi apenado com oito anos de inabilitação para o mercado financeiro, e a construção do estádio de Itaquera, investigada sob delação de pagamento de propinas pela Odebrecht.

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