(publicado, originalmente, em 05 de novembro de 2018)


A verdade sobre Onyx Lorenzoni, Ministro Chefe da Casa Civil de Jair Bolsonaro

Onyx Lorenzoni, enquanto deputado, foi delatado, pela JBS e pela Odebrecht, por ter recebido suposto pagamento de propinas, disfarçadas de doações de campanha, procedimento conhecido e utilizado por 90% dos parlamentares envolvidos em corrupção.

R$ 175 mil da construtora e R$ 100 mil do frigorífico.

Diante da comprovação documental – e somente após o vazamento dela – Lorenzoni admitiu ter cometido o crime de “Caixa 2”, referente à JBS, negando, porém, o da Odebrecht (que era embasado na delação).

Abaixo, vídeo com a confissão de crime de Onyx Lorenzoni:

Este é o homem que assumirá a Casa Civil do Brasil no Governo Bolsonaro – que se diz contra a corrupção, e será responsável, como homem de confiança do presidente, por chefiar a transição junto à administração anterior.

Bolsonaro, vale a pena relembrar, também recebeu dinheiro da JBS – e foi delatado por ela – nas mesmas condições de seu braço direito, mas, diferentemente dele, em vez de confessar, utilizou-se de subterfúgios, com ajuda do partido, para disfarçar a operação.

Em resumo: a JBS “doou” R$ 200 mil para Bolsonaro, que “devolveu” ao PP para receber do partido os mesmos R$ 200 mil, toda esta operação realizada no mesmo dia.

ABAIXO TRECHO DO ANEXO nº 36 EM QUE BOLSONARO É LISTADO PELA JBS COMO RECEBEDOR DE R$ 200 mil.

PRESTAÇÃO DE CONTAS DE JAIR BOLSONARO INDICANDO DOIS RECEBIMENTOS DE R$ 200 mil NO MESMO DIA (UM DELES DA JBS, OUTRO DO PP)

Voltando a Lorenzoni, o histórico de complicações em sua carreira política não para por ai.

Uma das promessas de campanha mais relevantes, e controversa, de Jair Bolsonaro, é a liberação do porte de armas para qualquer cidadão brasileiro, que, antes mesmo de cumprida, ocasionou acréscimo de preço nas ações da fabricante Taurus, na casa de 20%.

Justamente a empresa que, ao menos desde 2006, banca campanhas eleitorais de Onyx Lorenzoni.

Foram, oficialmente, R$ 110 mil em 2006, R$ 250 mil em 2010 e R$ 100 mil em 2014.

É pouco provável, diante do histórico dos políticos nacionais, que somas mais relevantes não tenham lhe sido direcionadas, amparadas em contabilidades flexíveis.

Houve aparente contrapartida, que, se confirmada, segundo metodologias adotadas pela Justiça Federal em julgamentos da “Operação Lava-Jato”, poderia configurar as supostas doações como recebimento de vantagens indevidas, popularmente conhecidas, por alguns, como “propinas”.

Em 2010, o anunciado ministro de Bolsonaro assinou a PL 7136/2010, que previa a liberação da caça de animais, agenda, há tempos, defendida pelos fabricantes de armas.

Somente em 2014, Onyx apresentou três Projetos de Lei no Congresso que flexibilizam as normas para porte de armas, mas, a grande ajuda aos interesses da Taurus aconteceu com a MP nº 693, proposta pelo deputado, que, em síntese, dificulta a importação de armas para o Brasil:

Ou seja, libera-se as armas, mas restringe-se a comercialização às empresas nacionais, transformando o mercado numa “mina de ouro” para a Taurus e demais, prováveis, investidores interessados no negócio.

No dia 19 de novembro, o Instituto Defesa, então apoiador de Onyx, detonou-o, publicamente, por conta da manobra, em Nota assinada pelo presidente Lucas Silveira.

Lucas Silveira

“Nós erramos e fomos enganados, assim como os eleitores deste homem”.


Em 2004, candidato derrotado à Prefeitura de Porto Alegre, Lorenzoni foi acusado de usar verbas públicas destinadas a divulgação de atividades legislativas para sua campanha eleitoral.

Há dois anos (2016), o parlamentar e seu partido, o DEM, tiveram suas contas de campanha reprovadas, por unanimidade, pelo TRE-RS, sendo condenados a pagar multa de R$ 3,3 mil, além de proibição de receber repasses do fundo partidário:

 

Diz trecho:

“(…) o deputado Onyx Lorenzoni tem um longo histórico de defesa da liberdade ao acesso de armas, mas, desta vez, parece ter se rendido às falcatruas daqueles que pretendem ver o mercado (internacional) fechado ao Brasil”

“Em 2014, o Instituto Defesa apoiou a campanha de Lorenzoni, orientando seus 120 mil associados a votarem nele. Por este motivo, vimos através desta notificação, emitir os mais sinceros pedidos de desculpas”

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