O Blog do Paulinho tem péssima opinião sobre o PT, que pode ser constatada em nosso vasto arquivo de postagens.

É inadmissível que um grupo, enquanto oposição, pregasse a ética e a honestidade na política e, ao assumir o Governo, sob quaisquer argumentações – no caso, a governabilidade – tenha aceitado nadar na mesma lama daqueles que combatia.

Apoiamos o impeachment da presidente Dilma Rousseff, a prisão de Lula (por considerá-lo culpado das acusações que lhe são imputadas) e contribuímos, com exposição de documentos, para que muita gente do partido se complicasse na justiça.

Por conta deste trabalho, fomos processados e investigados das mais diversas maneiras possíveis.

Esperávamos, por razões evidentes, que o partido nunca mais assumisse posto relevante de poder no Brasil.

Mas, diante do atual quadro eleitoral disponível, não podemos fechar os olhos para uma realidade que promete ser ainda pior.

No governo do PT, repito, manchado pela corrupção, uma presidente submeteu-se a processo de impeachment, aceitando seu afastamento, assim como outros caciques do partido, principalmente José Dirceu e Lula, conheceram as celas da Polícia Federal.

Ou seja, apesar de tudo, a democracia, diferentemente do que é propagado, nunca esteve ameaçada.

Pode-se, em desprovimento de fanatismo, e com alguma razoabilidade, questionar diversos pontos da agenda esquerdista, assim como de centro e direita, ou aceitar como corretas outras mais, das mesmas ideologias.

É inaceitável, porém, que direitos da população, entre os quais a igualdade de tratamento, sejam suprimidos.

Este é o ponto.

Alguém, por exemplo, acredita que Jair Bolsonaro aceitaria submeter-se a processo de impeachment se flagrado em imoralidade ?

Parte do eleitorado do capitão, gente decente que optou apoiá-lo, compreensivelmente, por conta do ódio ao PT, entenderia como corretos os acenos do candidato à volta da ditadura, à pratica da tortura, à disseminação de discriminações diversas, todas identificadoras da formação de seu caráter ?

No passado, o PT disputou a presidência como se fosse paladino da honestidade.

Bolsonaro, agora, repete o discurso, embora existam diversos relatos e fatos que contradizem esta versão (Wal do Açai, esposa empregada em gabinete, desvio de recursos eleitorais e imoveis para parentes, doação da JBS dissimulada como se fora do partido, ligação com Maluf, etc).

Assim como havia esperança na honestidade do PT, o mesmo aplica-se ao candidato que apresenta-se, amparado em discurso populista, como “Salvador da Nação”.

A diferença é que, somente agora, desde 1964, a democracia do Brasil está ameaçada.

Evidências demonstram, não apenas à imprensa brasileira, mas, principalmente, nas reações adversas de culturas acostumadas a diagnosticar esse tipo de comportamento, que Jair Bolsonaro poderia transformar o pais numa república fascista, militarizada, preconceituosa, sem que exista comprovação alguma de sua capacidade em coibir o quadro de corrupção, absolutamente cultural, que assola todas as instâncias, públicas e privadas, desta nação.

Nesse contexto, o Blog do Paulinho, após reflexão, entende que os demais partidos brasileiros, desde que alinhados aos preceitos democráticos, com suas virtudes e defeitos, precisam unir-se numa composição com Fernando Haddad, que, se, de fato, não é o nome dos sonhos de muitos, neste momento, apresenta-se como alternativa única à manutenção do estado de direito.

Estar com Bolsonaro é colocar em risco as décadas de avanços, ainda tímidos, conquistados, no princípio, com sangue, suor e lágrimas de vítimas da ditadura, mantidos, posteriormente, pelo bom senso dos que, em meio às divergências, preferem travar seus duelos no campo da democracia.

Infelizmente, diante do atual quadro, a volta do PT, não mais sozinho, mas em coalizão, é o único caminho coerente a ser seguido, fruto dos que, em aversão, justificada, ao partido, embarcaram nas bravatas de um grupo que soube, com esperteza, cooptar uma população ávida por mudanças.

Formou-se, então, a armadilha: punir a corrupção com a arma, não da Justiça, mas do fascismo.

E, com essas opções, a dúvida é desfeita com facilidade.

Política se discute, corrupção tem que ser combatida (o impeachment funciona bem no Brasil), mas o fascismo, em hipótese alguma, deve ser tolerado.

Facebook Comments