Apesar das Forças Armadas apoiarem, por oportunismo, a candidatura de Jair Bolsonaro à presidência, a relação entre as partes nunca foi um mar de rosas.
O problema mais famoso, a tentativa de ato terrorista contra o exército e também a cidade do Rio de Janeiro, ocasionou a prisão do capitão, que, depois, foi absolvido por Tribunal Militar, apesar de laudo da Polícia Federal (exame grafotécnico) atestar sua efetiva participação na emboscada.
É pouco lembrada, porém, outra aparente insubordinação de Bolsonaro, ocorrida em março de 1995.
Nesta data, como se fosse “black bloc”, a quem o capitão, em regra, adjetiva como bandidos, o então deputado federal participou de manifestação contra o início do Governo FHC, que, como Presidente da República, era seu superior, chefe das Forças Armadas, conforme prevê a Constituição.
Reportagem da FOLHA, de 18 de março de 1995, mostra que os manifestantes atiraram pedras nos soldados, que reagiram com bombas de efeito moral, gás lacrimogênio, tiros para o alto e, provavelmente, muita “borrachada”.
Em meio ao caos, Bolsonaro subiu em carro de som e tentou justificar, tratando FHC como “Presidente Imoral”.
(FOLHA, 18 de março de 1995)