Alexandre Pato, Andres Sanches e KIa Joorabchian em jantar de negócios, em São Paulo

No Corinthians, para garantir o controle dos negócios – principalmente o destino dos comissionamentos, Andres Sanches instituiu o seguinte procedimento: as transações de jogadores realizadas em território nacional serão tocadas pelos agentes dos próprios atletas (limitados aos que habitualmente frequentam o gabinete presidencial), porém, no exterior, somente Kia Joorabchian, quase sempre através de Giuliano Bertolucci, tem autorização para atuar.

100% dos atletas vendidos ou comprados pelo Timão fora do Brasil tiveram ingerência, direta ou indireta, do iraniano.

A ligação do agente com Sanches é pública e notória, iniciada nos tempos de MSI, em 2004, aprofundada nas eleições alvinegras de 2007 (quando dinheiro de Kia teria bancado a campanha de Andres) e elevada ao status de “sociedade informal”, entre ambos, desde então.

Hoje, explicitamente, a dupla divide a mesma assessoria de imprensa, comandada pelo também empresário de atletas Olivério Junior.

Olivério Junior e KIa Joorabchian

Todos os outros agentes que fazem negócios com o Corinthians, inclusive os afamados Carlos Leite e Fernando Garcia, aceitam a imposição, que, ainda assim, por conta do pagamento de 30% de comissões (20% a mais da média do mercado brasileiro), acaba por ser lucrativa a todos os envolvidos.

Vale lembrar que logo após a chegada da MSI ao Timão, a neta do então presidente, Alberto Dualib, foi afastada dos negócios do marketing alvinegro – exatamente por imposição de conselheiros do atual grupo gestor – porque estaria cobrando 30% de comissão (com contrato assinado pelo clube) enquanto a média de mercado era 20% (diferença menor do que o praticado, nos dias atuais, pelo departamento de futebol).

Em ambos os casos, uma coincidência: o diretor de marketing dos tempos de Carla Dualib era o médico Jorge Kalil, que hoje é adjunto de futebol alvinegro, sem que se tenha notícias de oposição a nenhum destes comportamentos.

Para deixar claro, Joorabchian possui ingerência em 100% dos negócios do Corinthians, com jogadores, no exterior, o que não significa não atuar noutros, em solo nacional, conforme observa-se na movimentação de seu parceiro Bertolucci na categoria de base alvinegra.

Talvez a evolução patrimonial de Andres Sanches – investigada pela Justiça Federal, que antes de assumir a presidência alvinegra morava de aluguel em São Paulo, mas agora é até difícil, diante de tantas ramificações, de ser calculada, seja explicada pela provável sobra de 10% (é o que se especula no mercado) de cada 30% pagos aos intermediários com trânsito facilitado no Parque São Jorge.

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