“Eu tenho uma afiliada da Globo no sul do estado do Rio, em Resende. Cobre 24 cidades, tenho quase 200 funcionários”
(ARNALDO CEZAR COELHO, em entrevista à FOLHA)
Ex-árbitro de sucesso, comentarista da Rede Globo há décadas, Arnaldo Cesar Coelho, mesmo em juntando possíveis rendimentos de sua atuação no mercado financeiro, em que apresenta-se como “Corretor Autônomo de Investimentos”, teria dificuldades para conseguir a propriedade duma afiliada da Rede Globo, ainda mais no porte da que ele próprio relatou em entrevista à FOLHA, de hoje:
“Eu tenho uma afiliada da Globo no sul do estado do Rio, em Resende. Cobre 24 cidades, tenho quase 200 funcionários”
O irmão de Arnaldo, pelo contrário, possui dinheiro – boa parte de origem suspeita, para adquirir diversas delas.
Ronaldo Cezar Coelho é político do PSDB (que presidiu até 1993), ex-dono do banco Multiplic.
Em 2006, quando concorreu ao Senado, a prestação de contas indicou-o como candidato mais rico do Brasil, com R$ 500 milhões em patrimônio, quase dobrando o que possuía na eleição anterior (R$ 290 milhões), em escasso período de quatro anos.
Quatro anos depois, Ronaldo foi flagrado como operador de dinheiro suspeito do PSDB no exterior, sendo apelidado “homem da mala” ao receber diversos milhões de reais da Odebrecht em conta na Suiça.
Se em seu trabalho na Rede Globo, Arnaldo Cesar Coelho sempre definiu a regra como clara, para seu irmão ela parece nunca ter sido tão cristalina assim.
No caso da citada retransmissora global, em Rezende/RJ, o histórico de vida e profissional dos parentes, sem a exposição de documentos, indicaria, para qualquer avaliador de renda questionado, a propriedade do empreendimento à Ronaldo, talvez ocultada em nome de Arnaldo.