Por JOSE RENATO SATIRO SANTIAGO

“Equipe com maior jejum de títulos estaduais, 13 anos, o maior de sua história e o maior entre todas as atuais, chamadas, grandes equipes brasileiras.”

“Nas últimas edições do campeonato brasileiro, a luta do São Paulo é para não ser rebaixado.”

“Outrora dono do maior e mais moderno estádio da cidade, um dos maiores do mundo, hoje possui um dos mais antigos.”

Estas são apenas três realidades que permeiam o meu tricolor, São Paulo Futebol Clube, a única equipe brasileira tricampeã mundial.

Além desses, certamente há muitos motivos de tiração de sarro.

“Equipe que não ganha clássicos…”

“Equipe que sequer chega em finais…”

E tantos outros…

Ao que parece, muito pouco para boa parte dos torcedores rivais.

Aconteça o que for as gozações vão sempre para citações homofóbicas.

“Ah, mas é brincadeira” alguns afirmam.

“Lá vem o mi mi mi, como o futebol está chato, não se pode nem tirar sarro” outros se defendem.

Frequentador de estádio desde os anos 1970, posso afirmar, jamais os torcedores foram tão homofóbicos como hoje.

O uso de argumentos similares aos utilizados por aqueles que fazem piadas racistas, mostra muito sobre estas pessoas.

E olha, que nesta linha, sequer se salvam muitos dos torcedores tricolores que também fazem uso de conotações homofóbicas para contrapor seus rivais. E certa vez até mesmo frente a um próprio atleta da equipe.

São os burros falando dos malcheirosos.

Mas a coisa é muito pior.

Profissionais do esporte, os próprios jornalistas estimulam isso, nos bastidores de praticamente todas as emissoras de rádio e televisão e ambientes web. Muitos deles, no entanto, quando em público, se escondem, covardemente, na linha do politicamente correto: “….até tenho muitos amigos gays…” Como se isso fosse um salvo conduto.

As mulheres bem sabem disso também.

Afinal, difícil achar uma que não tenha sido vítima de atos machistas e/ou piadinhas que têm como único objetivo, diminui las frente aos todos poderosos machos que insistem em contrargumentar: “Mas é apenas uma brincadeira…”

Vida que segue, com tantos pais e mães propagando e formando filhos inseridos neste mundo machista e homofóbico.

Uma pena que não consigamos fazer a nossa parte para mudar isso.

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