“Nenhuma irregularidade existe”

(desembargador Ademir Benedito, vice-presidente do CD do Corinthians, ao dar aval à licitação suspeita de favorecer amigo de Temer)


O presidente do TJ-SP, desembargador Manoel de Queiroz Pereira Calças, suspendeu, em 16 de fevereiro, licitação de R$ 260 milhões, suspeita de favorecer, ilegalmente, a ARGEPLAN-CONCREMAT, que tem entre seus sócios o Coronel PM aposentado João Baptista Lima Filho, amigo do presidente Michel Temer e alvo de delação da JBS/FRIBOI.

Em 2017, a presidência do Tribunal, exercida por Paulo Dimas Mascaretti, amparada em aval do então presidente de Assuntos Administrativos, Ademir de Carvalho Benedito, então vice do TJ, prorrogou o contrato, firmado, inicialmente, em 2013.

À época, questionado pela FOLHA, Benedito respondeu:

“Nenhuma irregularidade existe”

Dentre as irregularidades da licitação, estão valores acima do praticado em mercado e pagamento de serviços, efetivamente, não realizados.

Calças exonerou, por conta deste desvio de conduta, uma semana antes de suspender a continuidade do contrato, o então Secretário de Administração, Eduardo Roberto Alcântara, a que cabia a responsabilidade de gerir mais de 700 prédios do TJ-SP, além de licitações e demais acordos.

Ademir Benedito, em 2017, perdeu as eleições à presidência do Tribunal (era favorito), em campanha das mais custosas, após sua proximidade a pessoas de reputações incompatíveis com a convivência de um magistrado terem sido reveladas, em dossiê, a eleitores (boa parte do material originario de matérias do Blog do Paulinho).

Há mais de um década, o desembargador ocupa cargos nas gestões lideradas pelo deputado federal Andres Sanches, no Corinthians, entre os quais presidência do Conselho Deliberativo e CORI, responsáveis por dar aval a negócios milionários do clube (entre os quais o estádio de Itaquera), além de aprovar contas e demais proposições da Diretoria.

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