A Copa São Paulo de Juniores, com mais de uma centena de clubes participantes, 90% destes, além de irrelevantes, inviáveis financeiramente, é campo fértil para o mercado de manipulação de resultados.

Jogadores mal pagos – quando pagos, além de dirigentes afeitos a negociatas facilitam a operação.

Por sorte, uma equipe sergipana, o Estanciano, tinha em seus quadros um treinador, Ricardo Pereira, honrado, que mesmo sabedor de que será boicotado no futuro, neste imundo meio do futebol, decidiu recusar proposta de intermediários de casas de apostas, que já havia sido aceita, ao que parece, por alguns jogadores do clube, com endosso da direção, pedindo demissão e confirmando, publicamente, a manipulação.

É evidente que outros jogos, não apenas este, foram comprados e talvez nunca se saiba quais, quando e quem se beneficiou.

A perda de credibilidade da copa São Paulo, torneio antes tradicional, mas que já vinha perdendo força por conta da utilização das equipes como vitrines de agentes esportivos, é evidente, quase irrecuperável.

A situação é constrangedora, também, para boa parte da imprensa e, principalmente, para a Federação Paulista de Futebol.

Alguns jornalistas, contratados como “garotos propaganda” de sites de apostas que, evidentemente, sabem tratar-se, em grande parte, de organizações criminosas, assim como quase todas as emissoras esportivas, seja no cabo ou na tv aberta, tem se beneficiado do dinheiro de origem duvidosa desses grupos.

Razão pela qual o assunto, em alguns meios, vem sendo tratado de maneira protocolar, apenas porque as mídias sociais viralizaram-no a ponto de não mais poder ser ignorado.

Com relação à FPF, a promiscuidade e a cara de pau, evidentemente não surpreendentes, são expostas quando, sabe-se, a entidade, desde outubro de 2017, fechou contrato milionário de patrocínio com uma casa de apostas, a BET90, sediada em paraíso fiscal, sem controle das autoridades brasileiras, mas sua Comissão de Integridade, formada por promotores, magistrados e policiais, diz publicamente que “investigará” o caso, sem citar que a própria casa beneficia-se de dinheiro de origem incomprovável.

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