“Proposta irrecusável” foi o que disse a diretoria do Corinthians para justificar a venda de Jô para o futebol japonês, premiado como melhor jogador do Campeonato Brasileiro 2017, do qual também foi artilheiro.

R$ 43 milhões, aproximadamente.

Há, porém, fatores não revelados que contestam o argumento.

O clube possui dívida, por diversos negócios, com empresários do jogador (Giuliano Bertolucci e Kia Joorbachian – mais o segundo do que o primeiro), em torno dos R$ 10 milhões.

R$ 1,2 milhão foram acordados, em 2016, no ato da aquisição de Jô pelo Timão (10% sobre R$ 350 mil mensais de salários por três anos ou venda posterior do atleta – o que acontecesse primeiro), acrescidos agora doutros 10% sobre este novo negócio, ou seja, R$ 4,3 milhões.

Total: R$ 5,5 milhões em comissões.

Restará ao Corinthians, portanto, R$ 37,5 milhões do dinheiro a ser depositado pelos japoneses.

Se forem pagas as outras pendências com os agentes, podem sobrar pouco mais de R$ 27 milhões ao clube.

A dúvida: quem contratar, com este dinheiro, para a Copa Libertadores, dentre deste padrão de investimento (entre aquisição e salários), que terá ainda a tarefa de adaptar-se ao esquema de Carille com a rapidez necessária a um torneio que inicia-se em fevereiro ?

Ou seja, para reabastecer o elenco, o Corinthians provavelmente terá que gastar o mesmo valor, ou mais, do que recebeu por Jô, sem ter a certeza, porém, de que o substituto vingará.

Parece que a “proposta irrecusável”, de fato, atendeu bem mais aos interesses dos agentes do atleta do que, esportivamente, como deveria ser, ao clube de Parque São Jorge.

Vale lembrar que, apesar do Corinthians correr para satisfazer os acordos com Kia Joorabchian, existe uma pendência deixada pelo iraniano, em meio à atribulada saída da MSI, que nunca ingressou nos caixas do Timão: R$ 60 milhões, calculados em 2007.

À época, logo após assumir a presidência, Andres Sanches, em entrevista, disse que não cobrava a dívida “porque não encontrava o iraniano”.

Hoje, sabemos, tratava-se de mentira.

Esta dívida, corrigida, atingiria a cifra de R$ 105,6 milhões.

Existem, no Corinthians, documentos da época da rescisão com a MSI que embasam a cobrança, razão pela qual é lícito questionar: por que não há ação judicial ou procedimento particular para reaver esta quantia, enquanto o clube segue realizando negócios e pagando comissões integrais aos agentes ?

Confira abaixo reportagem do UOL falando sobre a dívida de R$ 60 milhões da MSI com o Corinthians

https://esporte.uol.com.br/futebol/ultimas-noticias/2011/07/12/divida-antiga-da-msi-pagaria-volta-de-tevez-ao-corinthians-diz-jornal.htm

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