O povo brasileiro idolatrou, por décadas, o sistema de gestão apelidado “Rouba, mas Faz”, utilizado, sem constrangimento, para defender e fazer campanha ao político Paulo Maluf, o mais notório dos adeptos.

Desde ontem, após decisão do Ministro Edson Fachin, do STF, sabe-se que a prática pode levar á cadeia.

Durante anos ajudado por juízes, políticos e demais poderosos, Maluf conseguiu protelar a execução de uma pena, em regime fechado, de pouco mais de sete anos, por lavagem de dinheiro, e escapar doutras, por prescrição.

Aos 86 anos, está agora nas mãos da Vara de Execução Penais, que pode, nas próximas horas, ordenar seu encarceramento, seja numa destas cadeias brasileiras ou até, por conta da idade, em confortável prisão domiciliar.

Se é óbvio que Maluf jamais será punido com o rigor desejável, é fato também que as coisas, tirante quando representantes do atraso e dos desejos da bandidagem assumem os julgamentos, evoluíram após o advento da “Operação Lava-Jato”.

A prisão de Maluf é simbólica em diversos sentidos, entre os quais para, talvez, iniciar uma era de desestímulo ao “Rouba, mas Faz”, reinante com muita força, ainda, não apenas na política, mas também no esporte, em que resultados esportivos tendem a encobrir malfeitos de cartolas (Andres Sanches, Ricardo Teixeira, etc), tão exaltados por torcedores quanto faziam os malufistas com o agora quase presidiário.

ATUALIZAÇÃO: Maluf entregou-se e já está preso, iniciando cumprimento de pena em regime fechado

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