Ontem, Mauricio Stycer, colunista da FOLHA, revelou que a Rede Globo, pela primeira vez em sua história, permitirá que seus jornalistas esportivos (repórteres, narradores e comentaristas) façam “merchan” na emissora, antes, durante e depois das transmissões.

A mesma regra não se estenderá a outras redações da casa, em que os profissionais de Jornal Nacional, SP TV e demais programas jornalísticos não só foram proibidos de atuar comercialmente, como obrigados a apagar qualquer postagem em mídia social que remeta a insinuação de “jabá”.

Após veto, jornalistas da Globo “somem” com produtos em suas redes sociais

Com esta iniciativa, a Rede Globo deixa claro que futebol para ela está inserido no contexto de espetáculo e que os profissionais envolvidos nas transmissões, apesar de contratados como jornalistas, atuarão como animadores de auditório a serviço do entretenimento.

Cabe, evidentemente, a cada um destes funcionários da emissora decidir o que é melhor para suas carreiras.

Ao aceitar fazer “merchan” nas transmissões esportivas, e demais programas interligados, os profissionais abrem mão da credibilidade em troca de ganhar mais dinheiro.

A escolha é lícita, desde que não disfarçada de jornalismo.

O público consumidor, se honestamente alertado, saberá que o falado nas transmissões da Globo poderá ser fruto de acordo comercial, aceitando, até por conta do monopólio de alguns torneios, assistir os jogos na emissora, mas procurando informar-se, com seriedade, noutros canais de comunicação.

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