Em 2014, o Blog do Paulinho revelou que o grupo responsável pela construção do estádio de Itaquera (Corinthians, Odebrecht e Arena Fundo) tomou emprestado cerca de R$ 250 milhões, a juros de mercado, tratados como empréstimos ponte, sob argumentação da demora em receber R$ 400 milhões, a condições melhores, do BNDES.

Recente auditoria comprovou que o atraso da liberação da verba do BNDES se deu por culpa da construtora, que não conseguia atender as exigências documentais exigidas pela instituição.

Por conta disso, há quem advogue que o Corinthians deveria descontar despesas oriundas dos empréstimos pontes do valor a ser pago à Odebrecht.

O acréscimo no preço final do estádio foi relevante.

Durante a semana, em entrevista à TV+ABC, o deputado federal Andres Sanches revelou que dos R$ 400 milhões tomados em empréstimo do BNDES (que o clube não começou a pagar), R$ 86 milhões sequer ingressaram nos caixas do Fundo, desviados, segundo o parlamentar, para quitação de juros dos referidos adiantamentos:

“se nós esperássemos o financiamento sair, não dava tempo de fazer o estádio para a Copa do Mundo”

“então tivemos que pegar empréstimos ponte no mercado financeiro…”

“quando saiu o financiamento de R$ 400 milhões… R$ 86 milhões já ficou pra pagar os juros dos bancos dos empréstimos ponte”

“só entrou R$ 320 milhões na conta do Fundo pra fazer o estádio (em verdade, R$ 314 milhões, corrigindo erro de matemática)”

Fica claro que a verdadeira conta do estádio de Itaquera está longe de ser conhecida do próprio Corinthians, que vem pagando com a arrecadação de seus jogos uma fatura em branco, pouco transparente, amparada em acordos submersos alinhavados por notórios criminosos, alguns já condenados outros ainda em fase de investigação na “Operação Lava-Jato” da Polícia Federal.

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